Para Richard Sainct a emoção é a mesma na terceira vitória. (foto: Divulgação/ KTM Gauloises)
Um bicampeão e dois tricampeões. A cobiçada vitória na geral do Dakar foi, neste ano, um privilégio de gente experiente em sucesso no maior rali do mundo. Nos Carros, Hiroshi Masuoka conquistou a segunda vitória e outros marcos. O título representa a oitava vitória da Mitsubishi no Dakar e torna a fábrica, que estreou no rali em 1983, a maior vencedora na história da prova.
O japonês é também o primeiro piloto da Mitsubishi a vencer duas vezes o Dakar: ele foi o campeão da edição anterior. Seu navegador neste ano, o alemão Andreas Schulz, também é bicampeão: foi o companheiro de Jutta Kleinschmidt, a vencedora em 2001.
Com essa superequipe e a vice-liderança até a penúltima etapa, a estratégia de Masuoka foi simples: “Estava esperando para ver se ele cometeria um erro”, revelou. “Ele” era Stepháne Peterhansel, companheiro de Mitsubishi que viu o título escapar depois da quebra na etapa 16. Fiquei triste por Stéphane porque ele fez uma boa prova. Um erro mínimo custou muito caro”, lembra Masuoka.
Avaliação – “A edição deste ano foi ótima, rápida e tivemos algumas etapas bastante duras na Tunísia e na Líbia. Todo dia alcançamos 160/180 km/h e foi muito emocionante concorrer com Stepháne (Peterhansel)”, resumiu.
Para mim, desta vez a vitória talvez tenha sido mais fácil. Venci duas vezes com a Mitsubishi. Talvez em 2004, possamos nos desenvolver ainda mais e ganhar outra vez, completou Andreas Schulz que, no ano passado, mais uma vez ao lado de Jutta, viu Masuoka deixá-lo apenas com o segundo lugar.
O novo carro – Para a nova dupla, um novo carro, o Mitsubishi Pajero Evolution. “O carro é fantástico. Foi desenvolvido no ano passado e concluído no fim de agosto. A Mitsubishi trabalhou duro na suspensão. Testamos o carro por duas semanas no Marrocos e ele mostrou potencial desde o início, lembrou Masuoka.
O veículo estreou em novembro passado no UAE Desert Challenge, etapa do Mundial de rali cross-country, obtendo uma vitória convincente nas mãos de Peterhansel. O Dakar foi a segunda prova e um novo sucesso.
Na categoria Caminhões, o russo Vladimir Tchaguine (Kamaz) também viveu uma situação parecida com a de Masuoka neste Dakar. Ele obteve a liderança somente depois que o holandês Gerardus de Rooy, então o primeiro colocado, teve o caminhão tombado tentando passar por uma duna na etapa 12 e abandonou o rali. O experiente piloto administrou a nova posição e assim conquistou sua terceira vitória no Dakar.
Como Masuoka, Tchaguine também admite que a edição 2003 foi bastante disputada. “A vitória neste ano foi certamente a mais difícil das três porque a batalha entre os Caminhões nunca foi tão intensa, disse o campeão.
O segredo da vitória – O francês Richard Sainct (KTM) também teve o gosto do tri (1999, 2000 e 2003), nas Motos. Estou muito feliz em finalmente cruzar a linha de chegada. Apesar de esta ser minha terceira vitória no Dakar, é um momento muito emocionante. É como se fosse a primeira vez”, garante o piloto.
Entre os três campeões da geral, ele foi o único que se manteve líder durante toda a prova. “Quando você larga no rali nunca sabe o que vai acontecer. Você pode bater, se perder ou ter problemas mecânicos. Felizmente, para mim tudo aconteceu facilmente e pude administrar o rali na frente de todos”, comentou. “Não sei se encontrei o segredo da vitória, mas estou entre os oito pilotos que venceram o rali durante esses 25 anos, então devo estar fazendo alguma coisa certa.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: janeiro 20, 2003