Jean teve problemas de motor na prova de 2009 (foto: David Santos Jr. / www.webventure.com.br)
Jean Azevedo foi considerado o melhor estreante do Dakar 2009. Para o próximo ano, mesmo com uma nova dupla, agora com o navegador Emerson Cavassin, o objetivo de ganhar a competição ainda não é o principal. Isso porque a crise mundial não ajudou o piloto a melhorar o carro para a disputa de 2010, que acontecerá entre os dias 1 e 17 de janeiro, na Argentina e no Chile, e ele irá com o mesmo carro que disputou as últimas provas, uma Mitsubishi Pajero Full.
Esse ano, estamos indo com o mesmo equipamento. Então nós já vimos que com o carro e a estrutura de hoje não dá para brigar por posições da frente. Estamos um pouco defasados. Com isso, iremos fazer uma prova com a cabeça, para poder terminar o rali, ganhar experiência, acumular quilometragem e, quem sabe, com o problema dos outros, obter um resultado melhor, contou Jean.
Com uma das melhores estruturas no país, que rendeu ao piloto dois títulos Brasileiros seguidos, Jean confessou que a motivação para o Dakar e para as provas brasileiras é diferente, já que os objetivos também são diferentes.
Dentro do Brasil nós temos um esquema competitivo, então entramos nas provas para buscar a vitória. O Dakar é um pouco diferente, porque nós sabemos das nossas condições e da nossa realidade, já que o orçamento é outro. Então a motivação também é diferente. Em 2010, vou pensando em acumular experiência para evoluir o equipamento e a estrutura toda para 2011, tentando, assim, chegar lá com o mesmo objetivo das provas daqui, que é disputar as primeiras colocações, disse.
Prova conhecida – A prova de janeiro acontecerá novamente na América do Sul. No entanto, ao invés de ficar mais fácil, já que o piloto conhece a região, Jean acredita que a prova ficará mais complicada.
Eu acho que a prova vai ser muito difícil, exatamente porque a organização já conhece a região e, portanto, poderá escolher caminhos mais técnicos e que exijam mais dos pilotos, finaliza o piloto.
No Dakar 2009, Jean teve problemas durante toda a prova com o motor do carro, o que resultou em uma quebra na última etapa da competição. Graças a André Azevedo, irmão de Jean, que o rebocou até a linha de chegada, o piloto conseguiu finalizar a disputa.
O motor veio da preparadora francesa com problemas. Desde que comecei o motor já estava ruim. Então, tive que ter muita sabedoria para administrar as dificuldades e conseguir chegar até o final, explicou o piloto.
Para tentar resolver os problemas, o motor da Pajero Full recebeu uma série de melhorias, visando um melhor desempenho. Esse ano nós fizemos o motor no Brasil com um alemão que já está comigo há algum tempo trabalhando nos motores a diesel. Agora, ele está trabalhando também no motor a gasolina do Dakar, contou.
A modificação, no entanto, acabou atrapalhando um pouco a equipe na preparação, já que o piloto não conseguiu andar com o carro. Eu não tive tempo de fazer muitos testes. Não consegui andar o tanto que eu queria com a Pajero, mas estou confiante. Eu já sei que ela não é um carro com muito desempenho, mas espero que esteja boa para que eu possa fazer o dia-a-dia sem nenhum problema. Vamos ver no Dakar o que irá acontecer, disse.
Este texto foi escrito por: Caio Martins