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Comandantes se despedem do Rio de Janeiro


ABN Amro 1 tem 12 pontos de vantagem para o segundo colocado (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Direto do Rio de Janeiro (RJ) – Por mais que discordem em grande parte dos assuntos da Volvo Ocean Race, uma coisa é certa entre todos os comandantes da prova: o stopover do Rio de Janeiro vai entrar para a história. “Foi uma excelente parada, que com certeza não vamos esquecer. Tivemos velejadas ótimas no Rio e a in port race foi um sucesso”, comentou o novo comandante do Ericsson, John Kosteki.

Os comandantes se reuniram na manhã de hoje na Marina da Glória para os últimos pronunciamentos antes da largada para a próxima perna, no domingo. “É fantástico passear em Copacabana e ver as pessoas com as camisetas da Volvo, não só do Brasil 1 como também de outras equipes. Ainda mais em um país dominado pelo futebol”, disse Mike Sanderson, líder da prova.

“Durante a regata local e nas ações sociais que fizemos aqui no Rio de Janeiro pudemos perceber o carinho do povo brasileiro. Já fui às Olimpíadas, Fórmula 1 e aqui na Volvo e sempre o torcedor brasileiro se faz presente. Os brasileiros são os melhores fãs do mundo”, elogiou Paul Cayard, comandante dos Piratas do Caribe.

Próxima perna – Os comandantes aproveitaram o encontro com a imprensa para falar o que esperam da próxima perna da Volvo Ocean Race, que termina em Baltimore, nos Estados Unidos. “Basicamente temos calor e ventos moderados, de través, na próxima perna. Acredito que, fora a passagem pelo Equador, serão boas condições para velejar”, comentou o Torben Grael, do Brasil 1.

O calor e a umidade da região onde os veleiros vão passar geralmente trazem incômodos para os velejadores. John Kosteki está em sua terceira volta ao mundo e se lembra do que passou na passagem pelo Equador. “Pelo que me lembro, das outras duas vezes que fiz essa perna, o calor e a umidade nos traziam vários problemas de pele. Oito anos atrás eu tive uma forte infecção nas pernas durante esse trecho da Volvo”, disse o americano.

Durante a perna, os velejadores poderão encontrar temperaturas de até 40 graus, que no interior do veleiro podem chegar a 50 graus. Além do calor, a falta de vento próximo da linha do Equador pode ser outro incômodo dessa perna. “Depois que passarmos de Fernando de Noronha, o velejo terá que ser bem estável por causa da falta de ventos e o ABN Amro 1, por ser mais largo e mais pesado, tem uma estabilidade melhor”, adiantou Paul Cayard.

Com a saída do Rio de Janeiro a regata passa para a sua segunda metade e tem como líder isolado na classificação geral o veleiro ABN Amro 1, de Mike Sanderson, com 52.5 pontos. Mesmo assim, o comandante prefere não declarar a prova ganha tão cedo. “Alguns dos dramas das outras equipes podem acontecer conosco. Temos 20 pontos em jogo nas próximas duas pernas, ainda acho que a regata está viva”, comentou.

Sobre os dramas, tanto Torben Grael como Bouwe Bekking deram sua opinião sobre os Open 70 que competem nessa prova, “Os barcos tiveram que ser muito leves, pela nova regra da Volvo, é tudo no limite. Por isso a quantidade de quebras”, disse o comandante brasileiro. “Acho que os barcos deveriam agüentar mais de 40 nós de velocidade sem começar a quebrar”, comentou Bekking

O comandante do Movistar está confiante para as próximas pernas, mas não vê chances de vencer a prova. “De pensar que das quatro pernas que fizemos, tivemos problemas em todas e estamos hoje em quarto lugar. Não é um mal resultado. Agora temos que cruzar os dedos e trabalharmos para um lugar no pódio. Mike [Sanderson] tem uma liderança confortável, mas o resto dos barcos estão bem perto na classificação”, afirmou.

O favoritismo do ABN Amro 1 já virou até motivo de piada no Race Village. “Quando vimos o ABN Amro 1 despontando na frente na in port race, pensamos que teríamos mais mídias chegando em último, e assim fizemos”, brincou Paul Cayard, do Piratas do Caribe, sobre os problemas na regata que fizeram a equipe americana chegar em último lugar.

A classificação geral antes da quinta perna está assim:
1) ABN Amro 1 – 52.5 pontos
2) ABN Amro 2 – 36.5 pontos
3) Piratas do Caribe – 31.5 pontos
4) Movistar – 31 pontos
5) Brasil 1 – 28.5 pontos
6) Ericsson – 23.5 pontos

Este texto foi escrito por: Daniel Costa