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Como começar a competir com carros no off-road


Capacete é um dos itens fundamentais. (foto: Marcelo Krings / Arquivo Webventure)

Vamos dar algumas dicas para quem quer começar a competir em provas de rali cross-country, rali de regularidade, raid ou mesmo fazer um passeio off-road. Pode parecer básico demais, mas estas são as primeiras dicas.

Comprar um carro para andar na terra – São tantos os lançamentos e novidades que é inevitável pensar em um modelo novo. Mas como já comentamos para as motos, muita gente, quando vai começar, já idealiza uma super máquina, zerinho. Talvez não seja o melhor caminho, já que um carro novo custa uma nota preta e pode acabar inviabilizando o projeto ou faltar dinheiro para encher o tanque, as viagens, as manutenções.

Aqui ainda existe o item preparação. Quem está pensando apenas em curtir um passeio de final de tarde, com a família, não será obrigado a preparar o carro. Já quem pensa em pisar fundo na lama, como participar de um Raid ou do Campeonato Brasileiro de Rally Cross-Country, que inclui provas como o Rally dos Sertões, terá de adequar o carro às normas de segurança exigidas. Vamos falar disso logo mais em equipamentos, mas já adiantamos que a conta pode ser alta.

Também é importante lembrar que uma competição pode causar algum dano ao carro. Portanto, ele fatalmente vai precisar de manutenção, que num quatro rodas é bem mais caro do que numa moto. Uma picape, um jipe, seja qual for o modelo usado, pode ser encontrado. Batalhando muito se encontra um em excelente estado. E mais barato, muito mais do que um novo. Além disso, lhe dá a chance de ver se você gostou da escolha ou do esporte. Se você comprar um novo e se arrepender, pode casar com o prejuízo.

Mas, diferentemente das motos, nos carros há uma excelente opção zero. A Mitsubishi produz um modelo de picape L200 R preparada para competição. Sai mais barato do que um original zero, e já vem equipada, ou seja, pronta para correr. Para evitar os malandros que se aproveitam da oportunidade, você terá de assumir um compromisso de participar de algumas provas. Por outro lado, a fila de espera é grande. Não perca tempo!

Sair do asfalto para a terra num carro é muito mais fácil do que numa moto. Mas isto não quer dizer que é uma moleza. Alguns pilotos da F1 já tentaram a sorte no Dakar e poucos vingaram. O correto é fazer um curso. A Pirelli criou pistas em São Paulo para iniciantes e para gente experiente. Um curso pode ser uma grande economia de tempo e dinheiro. Faça contato conosco e nós indicamos os melhores.

Para quem quer pôr a cara para bater, a Mitsubishi tem um campeonato de Rally de Regularidade só para carros da marca que é nota 10 para iniciantes. O regularidade sempre será o primeiro passo. Para os mais arrojados existe da própria Mitsubishi um campeonato de velocidade, ou então as provas do Brasileiro, incluindo o Sertões.

Para quem gosta de circuitos, então a dica é procurar o Dito Gianetti, em Piracicaba (SP). Ele tem um circuito de autocross, onde correm gaiolas e bajas. É ótimo. Para quem quer aventura e competição, mas não quer tanta velocidade, ou prefere andar e consertar um jipe, participe dos Raids. Aqui os obstáculos a serem transpostos, mantendo uma média previamente estabelecida, são o grande adversário.

Mas os passeios, aventuras e expedições, sem compromissos ou horários de largada e chegada, sempre serão o lado mais divertido da coisa. Para muitos uma desculpa para fugir de casa ou para beber uma gelada. Mas o negócio de beber e pilotar não está com nada. Inclusive, é contra a lei.

Quem não sabe nada, e quer se autodidata, o melhor é aprender antes a andar no plano e seco. Depois partir para o piso irregular (buracos, erosões, saltos) e variado (terra, areia, grama, pedra, lama). Procure um local com terra isolado. Não precisa ser grande, mas é melhor que seja largo e seco.

Faça como qualquer esporte e treine os fundamentos: frenagem, frenagem derrapando, cavalo de pau, entrada e saída de curva, mas muito cuidado. Já vi muita gente se achar campeão do zerinho e acabar capotando.

Aos poucos, e com paciência, vá aumentado o ritmo e a radicalidade. Experimente pisos e inclinações diferentes até chegar no molhado. Se for possível, chame alguém com experiência para corrigi-lo, principalmente para aprender a técnica correta.

É muito importante lembrar que numa descida ou subida, a coisa muda muito. E na lama complica ainda mais. Muito mesmo! Um dos segredos é esquecer do freio. Isso quer dizer que às vezes é preciso andar devagar.

Outra dica importante é utilizar o calçado certo. Não estou falando de sapato e sim de pneu. Cada terreno exige um pneu diferente. A Pirelli fornece todos os modelos. Para quem anda muito em pedras ou em areia e dunas, o Pirelli Scorpion Dakar é o ideal. Este pneu trabalha com calibragens baixas, ideais para areia.

Se você é do tipo que anda na cidade, asfalto, mas também pega barro e terra, o Pirelli Scorpion AT é a solução. É o modelo que utilizamos no Rally dos Sertões. Agora se você cruza obstáculos como rios, riachos, lamaçais, pega muita chuva ou está pensando em visitar a Transamazônica, com certeza coloque um Pirelli Scorpion Mud.

Para quem vai competir existe uma série de equipamentos obrigatórios que vão trazer segurança, desde gaiolas, bancos e cintos especiais, até capacetes, macacões, luvas e sapatilhas antichama. Você precisa saber o que vai fazer para pensar nisso.

Depois da segurança, pense na suspensão. O maior erro é começar pela potência do motor. Na terra a aderência é pequena, e um bom jogo de amortecedores e molas vão trazer mais tração para sua máquina. Depois pense em aliviar peso. Tirar peso significa aliviar a relação peso/potência. Por último, parta para mexer no motor ou câmbio.

Competindo ou passeando, um bom macaco pode ser um anjo da guarda, assim como uma cinta de reboque. Quem vai aos raids e gosta de fazer passeios sozinho, um guincho pode salvar a diversão.

Este texto foi escrito por: André Azevedo, Klever Kolberg e Juca Bala