Etapas do Ranking conseguiram bom número de competidores (foto: Divulgação)
O montanhista e proprietário da Casa de Pedra Alê Silva comenta sobre a implementação em 2006 do Ranking em um formato diferenciado para competições de escalada esportiva. No texto a seguir, Alê Silva fala sobre as mudanças nas regras para viabilizar a competição e o que espera da edição 2007
Nestes oito anos de Casa de Pedra já realizamos incontáveis eventos como festivais de boulder, dias de escalada noturna, etapas e mais etapas do Ranking Paulista, etapas do Brasileiro, além de algumas competições internas. No entanto, nenhuma delas aconteceu de forma tão redonda, fácil e descontraída, como o Ranking 2006, que terá sua etapa final no próximo dia 17 de setembro.
O formato do Ranking Casa de Pedra 2006 foi pensado e idealizado com base não só em minha experiência de anos como competidor e organizador, mas também como empresário, que precisa enxergar o lado financeiro das competições.
Um evento, por mais simples que seja, traz diversas despesas diretas, mas também indiretas, principalmente com a montagem e desmontagem dos muros, alterando de forma significativa o movimento de clientes por, pelo menos, uma semana. Afinal, todos sabem que as paredes ficarão sem vias por vários dias antes e depois da data do evento.
Desta forma e sem muito segredo, a saída foi a realização de etapas curtas, com apenas uma via por categoria, montadas em meio à outras vias de uso do ginásio, ou mesmo junto à vias de outras categorias. Economizamos tempo e trabalho, além de poupar as outras áreas de escalada.
Muito importante também, tanto para poupar pessoal, como atletas, foi a retirada do isolamento. Há pouca espera, não há fiscais de trânsito e isolamento, e principalmente não há período de visualização de via e consequentemente a necessidade de reunir todos os competidores em um mesmo momento.
Outro ponto muito importante é que, como não há horário fixo (os atletas podem chegar para escalar das 14h às 20h.), o trabalho dilui-se ao longo do dia, sem ficar cansativo. O atleta que tem aquele almoço de família inadiável pode comer com calma e realizar sua escalada no fim da tarde, assim como pode escalar logo cedo e depois sair para um eventual compromisso. Com isso ganhamos também no número de inscritos por etapa.
Sem dúvida, os mais tradicionais podem dizer que este não é o formato correto das competições, e que não segue os padrões da UIAA, mas na prática é o que podemos realizar de melhor hoje.
Quem quiser dar uma olhada no regulamento detalhado e funcionamento das etapas, pode acessar a página do Ranking.
Em 2006, foram realizadas seis etapas com ótimos resultados, muita competição e a presença de mais de 80 atletas nas sete categorias existentes. Em 2007, realizaremos oito etapas, quatro de boulder e quatro de dificuldade, com descarte do pior resultado nas duas modalidades. Ao contrário do que aconteceu este ano, com somente atletas paulistas, ano que vem as inscrições serão abertas para atletas de todo o Brasil.
A receita permanece a mesma:
Sem dúvida, o resultado positivo e o bom funcionamento das etapas foram muito importantes para o sucesso do formato proposto. No entanto, minha maior felicidade foi ver escaladores que nunca haviam competido, brigando por posições, principalmente na categoria over 40. A competição, mesmo que de forma singela, foi um excelente incentivo para muitos escaladores que estavam desmotivados.
E por falar em over 40, uma das poucas modificações no regulamento, que faremos para o ano que vem, é a faixa etária desta categoria que passará a ser uma over 35. Desta forma, acredito aumentarmos ainda mais a competitividade da categoria e também o número de participantes.
Premiação é um capítulo aparte em toda essa história. Neste primeiro ano de testes fica muito difícil conseguir alguma coisa com patrocinadores quando não sabíamos qual seria o resultado das provas. Desta forma, os principais prêmios vieram de casa mesmo com mensalidades, trimestralidades e semestralidades para o terceiro, segundo e primeiro lugares respectivamente em todas as categorias. Mesmo assim, e faltando apenas uma etapa para ao final do campeonato, conversando com algumas empresas durante a Adventure Fair, ainda conseguimos equipamentos para premiação. Meus sinceros agradecimentos ao Carlos da Snake pelo apoio ao nosso campeonato.
Ano que vem parece que a coisa vai pegar… Para trazer atletas de todo o Brasil, vamos oferecer uma premiação ainda mais generosa, incentivando todos a participar.
Assim como este ano, não faremos distinção entre as categorias, onde sempre os atletas da categoria Máster levavam os melhores prêmios. Todas as categorias serão premiadas da mesma forma.
O Ranking Casa de Pedra está apenas engatinhando e partindo para seu segundo ano. Sua opinião, crítica ou sugestão são muito importantes para melhorarmos sempre. Escreva para nós: ranking@casadepedra.com.br
A última etapa acontece dia 17 de setembro junto a uma grande festa de premiação dos vencedores do ano. Venha participar!
Bom treino e escalada a todos, Alê Silva.
Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)