Vela: um dos esportes mais bonitos de se assistir, afinal a competição precisa acontecer em cidades com praia e muito vento. Ilhabela, já conhecida por muitos como cidade da vela, recebeu pelo 45º ano em 2018 a semana do esporte que movimenta a economia e o turismo do local.
Que é bonita, nós já sabemos, mas como entender o que está acontecendo no mar? Afinal, a competição acontece um pouco distante do público. Pensando nisso, a organização da Semana de Vela de Ilhabela decidiu levar os espectadores neste ano para mais perto dos barcos, disponibilizando uma escuna que acompanhava boa parte do evento.
Também era possível escutar e até mesmo conversar com o locutor do evento, que ficava no centro da cidade, em frente ao palco, narrando todos os acontecimentos e dando detalhes sobre o barco e a competição, ao mesmo tempo que estava online no Facebook do evento.
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O jornalista e assessor de imprensa, Flávio Perez, explica um pouco das categorias e como funciona a competição. “A vela é dividida em várias categorias e possibilita um número diferente de regatas para diversos tipos de barcos. As classes de monotipos, talvez sejam as mais fáceis de entender as regras, já que os barcos são iguais e quem chega na frente ganha”.
Para ser um monotipo, a classe (tipo) precisa ter regras iguais para os barcos, que incluem tamanho da vela, do barco (medido em pés) e outros elementos a bordo. Esse modelo é utilizado em classes olímpicas também.
Existe o rating, uma fórmula que é aplicada para ver quem teve o melhor desempenho na regata. Hoje no Brasil, existem algumas categorias de rating, a regra nacional é a RGS. As dos quase profissionais e profissionais a ORC e a IRC.
“Genericamente, podemos dividir os barcos à vela em monotipos e em barcos cabinados, referindo-se a dimensão do barco e a possibilidade de residir a bordo”.
Semana de vela
“Falando sobre a semana de vela, especificamente, lá temos oito classes. Os barcos monotipo são iguais, o que muda é a tripulação e os ajustes feitos durante o evento. As outras classes são completamente diferentes”.
O evento sempre começa com a regata de percurso, que é Alcatrazes, já tradicional do evento. “A Semana de Vela é uma competição de nível internacional, com juízes de fora do Brasil e regras específicas, é uma competição com todas as outras. Para saber quem ganha é preciso do rating. Calculado em uma fórmula para que os barcos tornem-se iguais mesmo com as diferenças.
Veja um exemplo de rating
“Em uma explicação simples, é uma corrida de 200m rasos como nas Olimpíadas. A raia oito vai sair na frente da raia um, mas no momento da curva eles vão se ajustar e ao chegar nos 100m finais, todos estão novamente em uma reta só. Isso é uma explicação simples para tentar igualar a forma feita com os barcos”, explica.
“É como se o barco da raia oito fosse mais leve e o da raia um mais pesado, só que ao mesmo tempo o mais pesado tem maior área vélica, puxando mais vento para si, então no fim das contas chegará antes que os outros, mas não é necessariamente o vencedor”, conta Flávio.
Tripulação
O número de tripulantes é escolhido perante o peso limite do barco, já que isso influencia o rating ao fim, ajudando a definir o vencedor. Quanto mais pesado, mais ele consegue fazer contrapeso e ajudar o barco a ir no sentido correto, sem ficar adernado (caído). Quem tem uma tripulação mais pesada, consegue ajustar o barco menor, porém vai pagar o preço na fórmula matemática depois, já que terá que velejar muito bem para ganhar dos outros.
Funções no barco
As quatro consideradas mais importantes são: proeiro, tático, regulador de vela e timoneiro. O proeiro exerce as funções na frente do barco (proa), o tático faz todo planejamento do barco, literalmente a ‘tática’, o timoneiro fica no timão, o ‘volante’, normalmente é o capitão da equipe e o regulador de vela, que o nome em si já da sua função.