Lesões nos membros inferiores são comuns para pilotos de moto (foto: Donizetti Castilho/ www.webventure.com.br)
O rali cross-country exige muito dos pilotos, não só experiência em dirigir, mas condição física e psíquica. É muito importante o treinamento físico, intercalando exercícios de resistência e hipertrofia (aumento) muscular com exercícios aeróbicos para manter o condicionamento físico. É importante, também, fazer treinos para sensibilidade fina chamada de propriocepção (em trampolim e pranchas instáveis, e exercícios para aprimorar os reflexos).
Os pilotos mais exigidos e expostos à quedas e lesões são os das motos. São freqüentes as quedas e os protetores como coletes de tórax, pescoço, ombros e joelhos são obrigatórios. As lesões mais freqüentes são nos punhos e nos joelhos.
Apesar dos pilotos de moto usarem joelheiras especiais, elas protegem os joelhos dos movimentos para dentro e fora, mas não conseguem proteger movimentos rotacionais mais fortes, como por exemplo, evitar que o pé rode para fora quando bate em um galho ou quando a moto escorrega em movimento. Estes entorses freqüentemente provocam lesões nos ligamentos e meniscos dos joelhos, sendo o fim de prova para os mesmos. Alguns recursos preventivos podem contribuir para diminuir as lesões. São eles: a preparação física prévia, concentração e atenção durante a prova.
Carros – Os pilotos de carros também devem fazer uma preparação física e mental apropriada. Apesar de não terem o problema de equilíbrio, para evitar quedas, ficam muitas horas sentados na mesma posição sobrecarregando a coluna, especialmente lombar.
A utilização de bancos anatômicos especiais contribuíram muito nos últimos anos, mas não foram suficientes. As alavancas de câmbio mais altas facilitam a posição para as trocas de marca e evitam grandes manutenções do tronco e membro superior direito. Exercícios de sensibilidade fina (propriocepção, que é a capacidade de se identificar onde está cada parte do corpo no espaço) e de reflexos são importantíssimos para estes pilotos, assim como o condicionamento físico aeróbico para suportar o rali.
O trabalho para hipertrofia muscular e correção postural é fundamental para superar as longas horas sentado, com milhares de mudanças de marchas e apertos nos pedais de embreagem e freio. Além disto, os músculos do pescoço são exigidos ao extremo devido ao significativo número de curvas e ao peso do capacete.
Vale considerar também que o competidor deve fazer um trabalho de hipertrofia e resistência dos músculos da região cervical e dorsal como elevadores da escápula e esterno cleidomastoideo. Os músculos peitorais, tríceps e grandes dorsais são importantes para facilitar a rotação do volante e as inúmeras trocas de marcha. O quadríceps e os gêmeos, assim como os músculos flexores do pé, são importantes para resistência a milhares de apertos nos pedais da embreagem, freio e acelerador.
Outra dica valiosa é que, o acompanhamento de profissional especializado é crucial para o bom desempenho do atleta. Hoje em dia, há personal trainers especializados no trabalho com pilotos de carros, desde o kart até o rali.
Este texto foi escrito por: Dr. Ari Zekcer, especial para o Webventure