Até mesmo os corredores de aventura podem sofrer o Mal de Montanha. (foto: Tico Utiyama)
Os aventureiros muitas vezes são submetidos a problemas causados por influência da natureza como sol, frio e insetos e não sabem como reagir nessas situações.
Por exemplo: um simples descuido com o sol pode provocar queimaduras ou hipertermia, que pode levar até à morte. A pressa pode levar os montanhistas ao chamado Mal de Montanha e o descuido levar às picadas de animais peçonhentos.
Saiba como prevenir e remediar os problemas mais comuns em ambientes naturais e não ser mais uma vítima da natureza, por descuido seu:
Hipotermia
Como o próprio nome já diz, Hipotermia significa baixa temperatura. A temperatura central do corpo baixa tanto que o funcionamento normal do cérebro e os músculos são comprometidos. A pessoa com princípios de hipotermia começa a tremer de frio e fica com a pele pálida e fria, além de perder a capacidade de movimentação do corpo.
A hipotermia é muito comum nas provas de aventura, principalmente quando o atleta passa horas remando numa noite fria ou caminhando no leito de um rio. A primeira coisa que deve ser feita é tirar a roupa que está molhada e logo em seguida aquecer a vítima. Hidratar também faz bem, desde que a pessoa consiga ela mesma administrar a bebida, sem problemas.
Mas não dê café quente nem bebida alcoólica, pois eles irão influenciar os batimentos cardíacos. Não se deve massagear o corpo, pois a massagem desvia o calor para as extremidades, agravando a situação. Apenas tire a roupa molhada e aqueça a vitima com roupas, cobertores ou saco de dormir.
Hipertermia
Ao contrário da Hipotermia, a Hipertermia é o aumento exagerado da temperatura corporal, e deixa o organismo tão aquecido que ele perde a capacidade de resfriamento. A pessoa com hipertermia apresenta nível de consciência alterado, podendo estar confuso, agressivo e incoerente e podem ocorrer convulsões, além da pele ficar avermelhada e superaquecida.
É comum ocorrerem câimbras por falta de sais minerais e água. A primeira atitude a ser tomada é levar a vítima para um local mais frio e arejado, resfriando-a com muita água gelada no corpo e vento e chamar o resgate. E lembre-se: beber água, apenas quando o doente conseguir administrá-la sem problemas.
Mal de Montanha
Até por volta de 1.500 metros de altitude, o corpo humano consegue compensar a perda da capacidade de captação de oxigênio sem que a pessoa sinta a diferença na respiração. Mas isso muda de acordo com a idade, o estado físico e outros elementos individuais.
A pessoa com o chamado Mal de Montanha começa a ter hiperventilação, ou seja, respiração acelerada e a freqüência cardíaca sobe. Sintomas como dor de cabeça, enjôo, perda de apetite são muito comuns. Pode ocorrer até um edema cerebral, por falta de oxigênio no cérebro e homorragia retiniana, que pode culminar na perda da visão.
Para que nada disso aconteça o corpo tem que ir acostumando, aos poucos, com a diferença de altitude. A aclimatação é a melhor prevenção para o Mal de Montanha.
Queimaduras
As queimaduras podem atingir o corpo tanto por sol, em um dia muito quente, quanto por fogo, ao pegar fogo na barraca. Não importa de que maneira isso ocorra, o mais importante é interromper o processo. Para isso, deve-se remover roupas e jóias próximas da área lesionada, sem remover roupas que estejam grudadas na pele.
Aplicar líquidos frios na região também ajuda a aliviar a dor, mas nunca devemos aplicar gelo. O gelo queima ainda mais a pele. O melhor tratamento é limpar a área queimada sem perfurar bolhas (preferencialmente) com água pura e sabão, removendo a sujeira e pedaços soltos de pele ou bolha. Após lavar, seque com cuidado e aplique uma fina camada de mel ou creme com antibiótico e proteja com gaze.
A pessoa que sofre queimaduras graves têm dificuldade para manter a temperatura do corpo. Portanto, mantenha o acidentado aquecido para evitar o risco de hipotermia e dê bastante líquido para mantê-lo hidratado.
Acidentes com animais peçonhentos
Cobras, aranhas e escorpiões são considerados animais peçonhentos porque têm capacidade de ejetar o veneno em suas presas. E alguns erros sempre acontecem quando o assunto é picada desses animais.
O mais comum é uma pessoa chupar o local em que a cobra picou a outra pessoa, achando que vai retirar o veneno. Isso não existe. O que pode acontecer é você se envenenar e ser um segundo paciente, explicou Pedro Cavalcanti, diretor do SARE.
“Se a vítima é levada dentro das seis primeiras horas para o hospital a sua chance de sobreviver e ficar sem sequelas permanentes é bem maior”, concluiu Cavalcanti. Portanto, evacue a vítima o mais rápido possível do local e a hidrate bastante. Limpe o local da picada, mas não o amarre (torniquete). Ao amarrar você estará comprometendo a circulação da pessoa. Pelo mesmo motivo não se deve aplicar gelo nem água gelada.
Caso a picada seja de aranha ou escorpião, compressas quentes ajudam após a limpeza do local.
Abelhas
Quando estiver andando ou correndo numa trilha e se deparar com um enxame, avalie para que lado elas estão indo. Fuja sempre para o sentido contrário do cacho. Nunca pule na água, pois elas ficarão esperando você sair para atacá-lo e é normal a morte por afogamento nesses casos.
Uma saída é deitar no chão caso elas estejam apenas migrando pelo local e não estejam voando apenas para atacá-lo porque você mexeu com elas – e você ainda não tenha levado nenhuma picada. O cheiro de uma picada atrai outras abelhas, e roupas claras as acalmam.
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Este texto foi escrito por: Camila Christianini