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Competidores brasileiros se preocupam com a segurança no Rally por las Pampas


Deco Muniz participa da prova em um caminhão (foto: Fábia Renata / www.webventure.com.br)

Direto de La Serena (Chile) Os competidores brasileiros que estão participando do Rally por las Pampas pela primeira vez, encontraram algumas diferenças entre a primeira etapa do Mundial de Rally Cross Country e as provas do Brasil. A principal está nos trechos cronometrados, que ao contrário do Brasil, são abertos, o que provoca grande sentimento de insegurança.

Além de percorrer as trilhas e conhecer os diferentes tipos de terreno que têm a Argentina e o Chile, países que são sede do evento, Deco Muniz, experiente navegador e organizador do Campeonato Paulista de Rally Cross Country, também está atento aos detalhes da organização da prova.

Uma coisa que assustou bastante os brasileiros foi a realização da prova em trilhas abertas, ou seja, em que o trânsito de veículos locais não é impedido. “Isso me assustou muito. No deserto, nas dunas, onde o campo de visão é grande, não tem muito risco, mas em estradinhas estreitas não dá pra ver nada. Os veículos dos competidores são seguros, mas os da população não”, disse Deco.

O navegador campeão do Rally dos Sertões 2005, Rogério Almeida, do Chevrolet Rally Team, também acha um desencontro grande os critérios de segurança. “Por um lado, a organização exige capacete, sapatilha, macacão, balaclava, tudo homologado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), e em contrapartida não fecha as especiais, o que é muito perigoso para a gente e para a população”, afirmou o navegador cearense.

Para Deco, os ralis no Brasil não deixam nada a dever para o Mundial e, em alguns pontos, a organização é melhor. “Estamos fazendo o fechamento das trilhas, como caminhão-vassoura, e não temos um telefone para nos comunicarmos com a organização, caso encontremos alguma coisa na trilha”, compara.

“O Rally dos Sertões tem tudo para ser uma etapa do Mundial. A CBA é a única confederação que não usa o regulamento da FIA e, por isso, nossos veículos não estão preparados para o campeonato. E comparando os tipos de especiais, temos quase tudo que eles têm aqui, só nos faltam as dunas”, completou Deco.

Algumas coisas são iguais, mas outras bem diferentes das provas organizadas no Brasil. Deco, com boa experiência em navegação, acha que a planilha do Rally Por las Pampas é um pouco confusa e redundante.

“A planilha tem que dar a informação mais clara possível. Em algumas referências, eles colocam a tulipa e do lado ainda escrevem para qual direção o competidor deve ir. Isso é ruim, pois deixa a planilha com muita poluição visual e acaba confundindo”, explicou o navegador, que está no caminhão de Luís Pinto Matheus, que junto com a Salvini Racing, foi convidado para conhecer o rali.

Este texto foi escrito por: Fábia Renata