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Competidores estão divididos sobre organização do Campeonato Brasileiro de Cross-country


Andre Azevedo bateu o caminhão em uma das especiais (foto: Douglass Fagundes/ www.webventure.com.br)

No último sábado (14) aconteceu a primeira prova do Campeonato Brasileiro de Rali Cross-country 2006. A estréia da temporada também marcou a primeira prova com o novo modelo de organização, que passa este ano para as confederações locais de cada etapa.

Segundo os competidores, essa prova ainda teve problemas parecidos com os que aconteciam no campeonato passado, como atrasos, divulgação de resultados errados e logística complicada. Porém, o modelo merece crédito, dizem os pilotos e navegadores que competiram em Tijucas.

“Com esse novo sistema de federações organizarem as provas, precisa de um tempo de tolerância para poder ter uma prova bem fluída. Em Santa Catarina tiveram alguns problemas na apuração de dados, do tempo e no fechamento da trilha”, comentou André Azevedo, piloto de caminhão.

O piloto de carro Edu Piano viu a repetição dos problemas da temporada passada na estréia do Brasileiro. “Foram os mesmos problemas das provas passadas. Eles ocorrem e nós temos que tentar melhorar para as outras provas. Não adianta ficar criticando e não fazer nada para melhorar. Eu já organizei provas há muito tempo e sei como é difícil”, comentou.

Mudanças – A principal novidade desta temporada do Campeonato Brasileiro de Rali Cross-country é a passagem da organização para as federações dos estados onde as provas irão acontecer. Depois da estréia em Santa Catarina, o Brasileiro fará três etapas em São Paulo e possivelmente duas em Minas Gerais.

Cada federação fará uma prova independente, o que preocupa os competidores. “O problema da empresa que organizava a maior parte do campeonato passado [Adventure Eventos] era a inconstância das pessoas que trabalhavam com ela. Agora a gente sabe que cada federação vai cuidar da sua prova, então é um pouco mais temerário, no meu ponto de vista”, comentou Azevedo.

Já Reinaldo Varela, vice campeão da etapa de Santa Catarina nos carros, vê vantagens em diversificar a coordenação das provas. “Achei um ponto bom espalhar a organização, porque tirar da mão de só um promotor pode garantir mais as datas do rali. E também com isso pode levar para estados que tenham interesse das federações”, avaliou.

Edu Piano concorda com Verela. “Quanto mais pessoas envolvidas, melhor. Assim as coisas não ficam todas em cima de uma pessoa só. Quanto mais gente ajudando, a tendência é melhorar”, disse o piloto.

Houve reclamações sobre a planilha do Rally de Santa Catarina. “A planilha não estava boa. Todo mundo reclamou. Tinha muita referência e pouca utilidade. Foi o único caso, a própria organização reconheceu”, contou Maykel Justo, navegador de André Azevedo.

“Houve um mal entendido na parte do radar, por má interpretação dos navegadores. Nós erramos também”, disse Varela, que competiu a primeira etapa do brasileiro com novo navegador, Marcos Macedo.

Mesmo assim, Justo elogiou a organização da prova. “Um lado positivo foi o controle de velocidade nos deslocamentos. Ajuda a reduzir bastante os acidentes. Muita gente não gostou, mas é bom para as pessoas das cidades. Dá uma segurança melhor para o pessoal local”, disse o navegador.

Público – Foi divulgado que sete mil pessoas foram assistir às especiais do rali de Santa Catarina, mas André Azevedo discorda desse número. “Durante a prova não tinha isso não. Só se fosse na largada promocional, sexta de noite. Mas isso não é nada, o pessoal não vê a velocidade, nem a técnica dos pilotos, não vê os veículos em ação.”

A etapa também atraiu poucos competidores. Apenas 23 equipes participaram do rali. “Acho que esse número é devido ao feriado e também à distância de São Paulo. Para as próximas provas acredito que o grid deve aumentar”, comentou Azevedo. Maurício Neves e Clécio Maestrelli venceram o Rally de Santa Catarina nos carros e Ricardo Domingues/ Sólon Mendes foi a equipe mais rápida nos caminhões.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa