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Complexo Mantiqueira

Foi por volta de 1973 que a Pedreira Mantiqueira, conhecida também como Pedreira de Mairiporã, começou a vazar água. Sem ter como continuar a extração de pedras ela foi abandonada. Passaram-se alguns anos e, em 1990, com o objetivo de treinarem técnicas de espeleologia, o pequeno grupo chamado NAE (Núcleo Alpino Espeleológico) começou a bater os primeiros pinos para servir aos seus treinamentos.

A primeira via aberta para guiada foi batizada de “Qualquer Nota” e foi o estopim para a abertura de novas vias e a base de aprendizado. Hoje o local conta com mais de 50 vias, variando de 3º a 9º graus e de uma a cinco enfiadas.

A vegetação, com o tempo, tomou conta do lugar e pequenos animais e
pássaros passaram a habitar as suas paredes. No lago, por sua vez, também surgiram girinos, pequenos peixes e até carpas. Pode-se encontrar ainda, por pequenas trilhas, principalmente na sua parte superior, bugios, curiangos, gambás, tucanos, pequenos roedores e largatos.

A rocha, um migmatito pertencente à família dos granitos, é dura e
compacta, propiciando com total confiança. O uso de pinos de aço 1020 em forma de “P”, entrando bem apertados e em ângulos nunca inferiores a 12º garante a segurança, além de terem sido testados e garantidos por diversas quedas. Ainda em algumas vias usaram-se chapeletas de 10mm principalmente para se proteger passagens em negativos.

Como Chegar:
O acesso mais fácil é pela rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Quem vem sentido São Paulo – Belo Horizonte, depois de passar as entradas de Guarulhos deve ficar atento a um posto policial a sua direita. Após passá-lo, conte 2,1 km e entre no retorno atravessando a pista por cima e depois vire à direita.

Você estará na Av. Sezefredo Fagundes. Então, ande por mais 6,8 km e logo ao passar um novo posto Policial entre novamente a direita. Atenção: isso antes de passar pelo restaurante Dib.

Já quem vem sentido Belo Horizonte – São Paulo deve contar à partir de Mairiporã 3,4 km e entrar à direita bem de esquina com a Cancelata, andar por mais 5,4 km e após o restaurante Dib entrar à esquerda. Atenção: isso antes de passar pelo posto policial.

Comentários:
A maneira como são abertas as vias, decorrem principalmente das características do local. A existência de blocos soltos e fendas em princípio pouco confiáveis torna o trabalho de conquista lento e perigoso.

Assim sendo, cerca de apenas 20% das vias existentes foram conquistadas. Devido a essas circunstâncias o padrão de aberturas de vias tem sido o seguinte: arma-se um rapel na linha da via e realiza-se uma derrubada das pedras soltas numa faixa bem larga na linha imaginada.

Feita a limpeza a fundo, determina-se a base, onde escala-se em top rope, demarcando o seu caminho e colocando posteriormente as proteções. Poderia-se, evidentemente depois da derrubada, abrir a via conquistando, contudo isso já foi tentado e abandonado pelo simples fato de se conhecer a via por cima, de ante mão, devido aos vários rápeis de derrubada, torna a empreitada sem a graça de uma real conquista.

Atualmente algumas vias ainda são conquistadas, porém isso depende
muito do lugar escolhido. Outro detalhe a se considerar é que as vias de graduação maior são melhores protegidas e grampeadas quando a via é
equipada, ou seja marcada em ‘top rope’.

O local desde o seu início já foi palco de mirabolantes histórias, entoadas pelos seus moradores mais próximos, e elas vão de tratores inteiros submersos no lago até discos voadores. De real mesmo só a sua beleza, despertando os mais variados interesses, desde um simples passeio até a produção de comerciais e filmes, passando por fotos de modelos e até ensaios de grupos de música e teatro.

Este texto foi escrito por: Webventure