O Ibama realiza hoje uma consulta pública na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapadinha (MA) para debater a proposta de criação da Reserva Extrativista de Chapada Limpa. A área de 630 hectares proposta para a Reserva está localizada a cerca de 40 quilômetros da sede urbana de Chapadinha, integrando a bacia hidrográfica do Rio Munim, uma das regiões de chapadas localizadas entre o Igarapé do Riacho Mutum e o Igarapé do Brejo da Bandeira.
A consulta pública é um passo importante para a conclusão do processo que começou em 2004. Naquela ocasião, o povoado de Juçaral II, por meio de sua associação de moradores, entrou em contato com o Centro Nacional de Populações Tradicionais do Ibama, com a idéia de criar uma reserva extrativista. A reserva extrativista é um tipo de unidade de conservação que prevê o uso sustentável dos recursos naturais por populações que tiram sua sobrevivência das atividades ligadas ao extrativismo, tendo como princípio a gestão comunitária das ações.
Durante os primeiros meses de 2006, o Ibama enviou uma equipe de analistas ambientais ao local para a realização de vistorias técnicas e de um levantamento das condições de vida dos povoados próximos e de seus moradores. Após este trabalho, elaborou-se o laudo biológico da Chapada Limpa e um levantamento sócio-econômico sobre as condições de vida das comunidades daquela área.
Ibama é favorável – O parecer do Ibama foi favorável à criação, em Chapada Limpa, da Reserva Extrativista, porque a região se enquadra neste perfil: os moradores de sua parte alta e de regiões próximas têm como uma de suas principais fontes de subsistência a extração do bacuri, enquanto que os grupos localizados nas áreas mais baixas praticam com mais intensidade o extrativismo de babaçu (como fonte de renda) e de outras palmeiras características de áreas alagáveis, como juçara e buriti (mais para consumo próprio).
Na questão ambiental, esta unidade de conservação em região de cerrado do nordeste do Maranhão apresenta características especiais, pois ali podem ser encontradas espécies típicas tanto da região amazônica quanto da caatinga. É uma área de transição de três biomas distintos, que torna a Chapada Limpa importante para a sobrevivência de diferentes formas de vida.
O Ibama acredita que a reserva deve proteger a área da exploração do regime de monocultura, principalmente o cultivo da soja e do eucalipto e utilização das terras para pastagens de animais, que aumenta em outras porções do cerrado brasileiro.
Este texto foi escrito por: Webventure