A equipe de Educação Ambiental do Ibama realizou em 14/12 a soltura de 600 filhotes de quelônios (dos quinze mil já contabilizados pelo projeto este ano) no lago do Jacaré, localizado na Reserva Biológica do Rio Trombetas, junto a aproximadamente 40 estudantes e professores de comunidades quilombolas que residem próximo à base de fiscalização e pesquisa do Ibama, caracterizada como Tabuleiro.
A programação envolveu, além da soltura de filhotes, dinâmicas de sensibilização ambiental, palestra sobre as unidades de conservação localizadas no Rio Trombetas e apresentação do Projeto Quelônios da Amazônia, incluindo o processo de manejo e reprodução das espécies. Os participantes tiveram a oportunidade de observar de perto o trabalho nos tabuleiros realizado anualmente com o objetivo de proteger as áreas de reprodução dos quelônios.
O trabalho é realizado pelos agentes ambientais do Ibama, contratados nas próprias comunidades quilombolas e que basicamente se inicia com a vigilância a partir da migração das espécies fase em que se evita qualquer tipo de interferência humana. Durante a desova a fiscalização passa a ser intensificada e logo que a mesma se conclui, as covas são localizadas e identificadas, de forma a facilitar para os agentes, o acompanhamento e eclosão dos ovos.
Quando as covas estão localizadas em áreas de perigo, os ovos cuidadosamente são transferidos para uma cova artificial. O tempo médio de incubação dos ovos é de 45 a 60 dias. A eclosão se dá no interior da cova.
Diariamente é realizada a coleta de filhotes que são colocados em tanques localizados na praia ou na base do tabuleiro acompanhada pelo preenchimento de planilhas. Os filhotes são colocados nos berçários por aproximadamente 15 dias com o objetivo de dificultar a predação por inimigos naturais, garantindo a sobrevivência dos mesmos.
Segundo o analista ambiental do Ibama, Antônio de Almeida Correia Jr., biólogo, responsável pelo Projeto Quelônios da Amazônia na região do Rio Trombetas, as espécies mais ocorrentes são a tartaruga da amazônia (Podocnenis expansa) que na época da reprodução se reúnem em grandes grupos nos tabuleiros; o tracajá (Podocnemis unifilis) que prefere desovar em barrancos e praias nos lagos e nos rios; e o pitiú (Podocnenis sextuberculata) que têm o costume de fazer ninhos como os dos tracajás, e põe até 20 ovos de casca mole por postura.
Segundo a equipe de educadores do Ibama, o que se espera com esse trabalho é que essas espécies, que já se encontram em processo de vulnerabilidade não venham a fazer parte da lista de espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, a equipe acredita que a educação ambiental é uma importante aliada nesse processo devido ao fato de possibilitar, através da propagação de informações e troca de experiências, uma mudança de comportamento e de atitude frente à utilização indevida desses animais.
Este texto foi escrito por: Webventure