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Condições da pedreira exigem atenção extra dos mergulhadores

A mineradora Votorantim, dona da área da pedreira onde morrerram dois mergulhadores no sábado (leia relato de outro esportista que estava lá no dia do acidente), já divulgou uma nota informando que “a empresa cumprirá as determinações do Departamento Nacional de Produção Mineral para isolamento da área”. A companhia informa ainda que estará à disposição das autoridades para investigação do acidente.

Fechada para a extração de calcário desde 2002, a pedreira de Salto de Pirapora foi alagada após a perfuração de um lençol freático e acabou se tornando um ponto de mergulho popular nos últimos anos. Com profundidade de até 78 metros, ela é utilizada por mergulhadores recreativos e técnicos, servindo como opção de batismo e treino para escolas de São Paulo, Sorocaba, Campinas e região.

Segundo o médico especialista em medicina hiperbárica Eduardo Vinhais, que já mergulhou bastante no local, “lá não tem correnteza, o que faz acumular poeira e restos vegetais. Qualquer batida de perna pode levantar uma suspensão que muda a visibilidade rápida e intensamente”. Além disso, como o local é de água doce, quem está acostumado com mergulhos no mar deve dobrar a atenção. “Sem sal, a água possui densidade menor, então é necessário menos peso de lastro para afundar”.

Eduardo lembra que “na maior parte da represa há uma parede vertical que desce direto para o fundo”. Por causa dela, “é preciso tomar cuidado, o tempo todo, com a profundidade, porque o referencial é falho. Se descer, vai embora”.

Abaixo dos 35 metros de profundidade, qualquer pessoa pode sofrer de narcose, que é uma sensação similar a uma bebedeira, causada pelo nitrogênio que se dissolve nos tecidos do corpo. “Ir abaixo dessa profundidade requer treinamento específico e equipamento especializado”, explica o médico.

Vídeo antigo de um mergulho técnico na pedreira:

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi