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Conheça Karl Egloff, o homem que subiu e desceu o Aconcágua em menos de 12 horas

Redação Webventure/ Biking, Montanhismo, Trekking

Em fevereiro de 2015, Karl Egloff liderou um grupo em uma subida bem sucedida ao cume do Aconcágua. Em um dos dias de descanso, o guia subiu o monte correndo em menos de cinco horas para treinar para o feito que realizaria no dia 19 de fevereiro.

A rota seria Horcones-Summit-Horcones, a mesma que o corredor de montanha Kilian Jornet teria usado para conquistar o recorde dois meses antes. Foto: arquivo pessoal A rota seria Horcones-Summit-Horcones, a mesma que o corredor de montanha Kilian Jornet teria usado para conquistar o recorde dois meses antes. Foto: arquivo pessoal

Eram seis da manhã e ainda escuro quando começou. A rota seria Horcones-Summit-Horcones, a mesma que o corredor de montanha Kilian Jornet teria usado para conquistar o recorde dois meses antes em 12 horas e 49 minutos.

“Eu estava me sentindo cansado, mas bem e estava muito feliz quando percebi que tinha chegado ao cume (a 6.962 metros de altitude) uma hora abaixo do último registro”, conta Karl.

Karl Egloff quebrou o recorde de subida e descida mais rápida da montanha mais alta das Américas. Foto: arquivo pessoal Karl Egloff quebrou o recorde de subida e descida mais rápida da montanha mais alta das Américas. Foto: arquivo pessoal

Em seguida tirou uma foto com o relógio e a bandeira vermelha que as autoridades do parque deram como prova da subida e desceu sem pensar duas vezes. “Os últimos 23 quilômetros são os mais difíceis, é um grande vale, muito seco, com areia e rochas”.

Mas Karl conseguiu e em 11 horas e 52 minutos quebrou o recorde de subida e descida mais rápida da montanha mais alta das Américas. “Senti todas as emoções possíveis e fiquei extremamente feliz. Então recebi a prova oficial do meu novo recorde das mãos do chefe do Parque Provincial Aconcágua.”

Não foi a primeira vez que o equatoriano quebrou o recorde de Kilian. Em agosto de 2014, depois de guiar um grupo no Kilimanjaro, ele quebrou o recorde de quatro anos do espanhol no ponto mais alto da África. “O Kilimanjaro foi uma das experiências mais especiais mas foi muito difícil porque não tive suporte de amigos ou família, mas após o recorde eu descobri uma paixão nova que abriu muitas portas para mim”, relembra Karl.

Ele subiu a 5.895 metros de altitude e retornou em seis horas e 42 minutos, 32 minutos mais rápido que Jornet. “Eu admiro e respeito muito o Kilian, ele é um ótimo atleta que já alcançou muitas coisas. Recordes existem para serem quebrados e será ótimo conhecer e planejar algo juntos um dia”.

Mas afinal, quem é Karl Egloff?

Egloff tem 33 anos e é um guia de montanhas profissional em Quito, capital do Equador. O recorde no Aconcágua foi na verdade a terceira ida até o cume em oito dias, um feito já impressionante. Dois dias antes, guiando um grupo de seis montanhistas, incluindo a namorada Adriana Velasco, aproveitou a viagem ao cume para pedir a namorada em casamento (que disse sim).

Karl já tem no currículo a North Face 50K e a Condor Trail 23k, ambas no Equador, e a Andes Infernal 50k in Chile. Foto: arquivo pessoal Karl já tem no currículo a North Face 50K e a Condor Trail 23k, ambas no Equador, e a Andes Infernal 50k in Chile. Foto: arquivo pessoal

O atleta começou a subir montanhas e jogar futebol quando ainda era pequeno. “Meu pai era um ótimo guia aqui no Equador”, conta. Quando fez 17 anos, Egloff se mudou para a Suíça para estudar e voltou ao país de origem com 26 para investir na profissão. A de jogador de futebol, não de montanhista. “Eu já estava velho para o esporte e me machuquei sério, então o médico me pediu para me recuperar andando de bicicleta, foi ai que me apaixonei pelo mountain bike.”

Alguns meses depois começou a participar de competições locais e se tornou um atleta de elite de 2008 a 2014, quando viajou o mundo e conquistou 70 medalhas de ouro para o país. “Nesse meio tempo eu nunca parei a minha paixão número um, ser guia de montanhas.”

Enquanto liderava grupos no Peru, Nepal e na Tanzânia, Karl aproveitava o tempo de descanso dos clientes para manter a forma e correr em altitudes. “Aí eu percebi como era forte nessa atividade.” Depois do recorde em Kilimanjaro, resolveu trocar a bicicleta pelo trail running, speed climbing e montanhismo.

Competidor de trail desde o ano passado, Karl já tem no currículo a North Face 50K e a Condor Trail 23k, ambas no Equador, e a Andes Infernal 50k in Chile.

Esse ano, o atleta planeja subir o Mont Blanc, maior montanha da Europa, focar na empresa de expedições de montanha Cumbre Tours e se casar. “Trabalhar com o que você ama, essa é a maior das bênçãos”, conclui.

Este texto foi escrito por: Isabela Rios

Last modified: abril 2, 2015

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