Figura A – clique nela e aumente (foto: Arquivo João Roberto Gaiotto)
Conhecer seu 4×4 é fundamental para ter sucesso em uma incursão off-road. Você deve se familiarizar com os limites de seu veículo para transpor obstáculos como: degraus em terrenos acidentados, passagem de trechos alagados e travessias de valas, sem prejuízos para sua estrutura e para seu bolso!
Observe a figura A, ela contém informações sobre as aptidões comuns aos utilitários 4×4 de todas as marcas. Você poderá constatar isso consultando a ficha técnica de seu veículo. Observe o Ângulo de Entrada, Ângulo de Saída, Raio de Transposição Central, Altura Máxima do Solo, Rampa Máxima, Inclinação Lateral Máxima e a Profundidade Máxima de Travessia.
Ângulos de ataque e saída
O Ângulo de Ataque é composto por uma linha reta que parte do nível do solo e tangência o pneu dianteiro, passando pelo ponto mais avançado do veículo, que normalmente é o pára-choque. Este ângulo representa a capacidade do jipe de superar obstáculos como degraus, ou mesmo transposição de valas. Portanto, quanto maior for esse ângulo, maior é a capacidade de enfrentar situações como as descritas acima. Para melhorar essa condição você pode colocar pneus mais altos, forçando o aumento do Ângulo de Entrada ou Ataque de veículo.
O mesmo raciocínio é válido para o Ângulo de Saída, que é composto de uma linha que parte do solo, passa pelo pneu traseiro e vai até o ponto mais afastado do veículo, o pára-choque ou o que é mais comum, o engate de reboque. É este ângulo que determina até que ponto o veículo pode inclinar sem enroscar a traseira no solo. Veja as observações para cada parâmetro nas ilustrações seguintes.
Veja a figura B. Se o AE não for satisfatório, provavelmente o pára-choque irá colidir com o barranco e os pneus não conseguirão tracionar o veículo para cima.
Mas também se o AS (figura C) for insuficiente, o pára-choque traseiro, o engate de reboque ou até mesmo o estepe, instalado normalmente na porta traseira, irá atrapalhar o movimento do veículo e impedir que vá em frente. Não é raro acontecer de ficar encalhado pelos pára-choques e precisar do auxílio de um guincho ou de outro veículo para arrastá-lo do buraco.
Lombada, altura e rampa
O Raio de Transposição Central determina o limite de altura de um obstáculo, que poderá ser transposto sem que encoste na parte central inferior do chassi ou componentes da transmissão. Como exemplo pode-se citar a transposição de uma lombada muito proeminente ou mesmo um degrau de barranco ou pedra, que após a passagem dos pneus dianteiros se chocarão com a parte de baixo do veículo (figura D).
A Altura Máxima do Solo (figura E) pode ser conferida, medindo-se a parte mais baixa do jipe, normalmente a carcaça do diferencial, até o solo. Normalmente esta medida gira em torno dos 20cm, para a grande maioria dos 4×4 do mercado.
A Rampa Máxima indica qual é a maior inclinação de uma rampa, que o jipe pode subir sem ter o motor engasgado, ou mesmo sem tombar para traz (figura F). O valor, é em média de 35 a 40º, e acima disso, a manobra começa a apresentar riscos, afinal, o tipo de solo, a carga, e os pneus, certamente influenciarão muito na máxima inclinação possível.
Lateral e profundidade
Inclinação Lateral Máxima, como o nome diz, nos mostra o limite de inclinação lateral, o qual o jipe tem condições de enfrentar, sem riscos de tombar para o lado (figura G). Novamente, o valor no manual do fabricante, é um pouco vago, pois é medido em condições ideais de solo e tração. No campo, é difícil determinar o valor correto, pois de novo, tem-se pneus, tipo de solo e carga na carroceria, influindo no valor correto. Como referência, pode-se considerar 30º como limite para manobras de inclinação lateral.
Finalmente tem-se a Profundidade Máxima de Travessia (figura H), que mostra até que ponto o jipe tem condições de atravessar uma área alagada ou rio, sem que a água entre no motor ou partes elétricas, o que irá provocar a paralização do jipe no meio da travessia.
A partir do conhecimento desses parâmetros básicos, você poderá enfrentar sem preocupação diversos tipos de barreiras como, por exemplo, lombadas, barrancos, buracos e valetas.
Este texto foi escrito por: João Roberto Gaiotto, especial para o Webventure
Last modified: maio 23, 2000