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Conheça os portos da Volvo Ocean Race: Cidade do Cabo, África do Sul


Cape Town com a Table Mountain ao fundo (foto: Divulgação/ Volvo Ocean Race)

De Cabo das Tormentas para Cabo da Boa Esperança. Quem mais deve comemorar a alteração do nome do local na Cidade do Cabo, ou Cape Town, na África do Sul, são os velejadores que estarão a bordo dos barcos da Volvo Ocean Race, e que passarão pela cidade em sua primeira parada da volta ao mundo, que começará em 11 de outubro.

Após um percurso de 6.500 milhas náuticas, cerca de 12 mil quilômetros, os oito barcos aportarão na Cidade do Cabo, local por onde passam as águas quentes vindas do oceano Índico, na corrente das Agulhas, e as águas frias da corrente Benguela, vindas do Atlântico.

Uma das paisagens mais marcantes de Cape Town é a Table Mountain, que com mais de mil metros de altura, tem seu cume reto e plano, como se fosse uma mesa. Nos dias nublados, o topo é tomado por nuvens em um fenômeno chamado Table Towel, ou Toalha de Mesa.

A cidade abriga diversos atrativos de lazer, em suas praias de águas transparentes, como também com as vinículas, herança dos holandeses colonizadores da região, área de conservação de plantas típicas da África do Sul, como o Jardim Botânico Kirstenbosch.

Na edição 2005/06, a Cidade do Cabo também esteve na rota da Volvo Ocean Race e foi o primeiro porto de parada da regata, após a saída de Vigo, na Espanha. Lá foi feita a regata in-port, dentro das águas africanas.

O Gigante – Há séculos atrás, o Cabo da Boa Esperança era chamado de Cabo das Tormentas e caminho certo dos navegadores portugueses que seguiam as rotas para a Índia, e que foram os primeiros colonizadores a chegar na cidade.

Porém o local ficou conhecido pela obra Os Lusíadas, de Luís de Camões, que tinha o Gigante Adamastor como representante das forças da natureza, como correntezas e tempestades que há no cabo, e que lutava contra Vasco da Gama em suas expedições. A história conta que Adamastor enfrentava as naus que tentassem adentrar as terras da Índia, que eram de sua propriedade. Sua figura se desfazia em lágrimas que tornavam salgadas as águas da confluência dos oceanos Atlântico e Índico.

O Gigante Adamastor foi usado também para representar a coragem daqueles que buscavam dobrar o Cabo das Tormentas, tornando o feito “sobre humano”, realçando a coragem dos que tentavam.

O local passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança após a passagem de Bartolomeu Dias por lá, mostrando que era possível enfrentar as águas bravas e os ventos fortes do local para cruzar os oceanos.

E a história ficou tão grande que passou a ser inspiração para outras grandes obras da cultura mundial, como um poema de Bocage, um capítulo dedicado a Camões de Essair sur la poésie épique, de Voltaire, bem como em Os Miseráveis e em um poema dedicado a Lamartine, de Victor Hugo, e em seis referências que Alexandre Dumas fez em suas obras.

E depois de ultrapassarem os desafios do Cabo da Boa Esperança, na Cidade do Cabo, com braveza, os comandantes e as tripulações dos barcos da Puma, Ericsson, Telefônica, Tem Delta Lloyd, Tem Russia e Green Dragon irão para a segunda perna da maior regata de volta ao mundo do planeta, seguindo para o porto de Cochin, na Índia, em um percurso de mais de oito mil quilômetros.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi