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Coração e fôlego guiam o campeão Paulistano


União é resultado de amizade antiga. (foto: Luciana de Oliveira)

Primeiro, uma turma de amigos. Difícil de evitar em qualquer comentário, esta é a essência do Clube Athletico Paulistano. O time fez história vencendo as duas primeiras provas no Brasil em canoas havaianas, a última neste fim de semana, em Santos (SP). Desta vez, Frederico Diez Peres, João Carlos Ramalho (Juneca), Leonardo de Barros e os irmãos Maurício e Roberta Borsari remaram ao lado de Fábio Paiva, um dos precursores da modalidade no Brasil.

Mas a reunião deste grupo acontece há muito tempo. Começou no rafting, quando Paiva, Maurício, Fredinho e Juneca integravam a Canoar Master, a equipe que mais ganhou títulos no rafting brasileiro. Juntos participaram do Mundial na África do Sul, em 1999, conquistando a sétima colocação, a melhor do país até hoje.

Quando tudo mudou – Enquanto isso, Bebeta remava na Canoar Irazul, a versão feminina do sucesso da Master. Também em 99, ela passou a competir na canoagem slalom e no caiaque pólo. Antes, Paiva também havia deixado as provas com a Master que, em 2001, ganhou o reforço de Léo, além de outros atletas que a integram.

“Parei de remar por um motivo especial: o nascimento do meu filho”, conta Fábio. “Mas a equipe sempre esteve no meu coração”. Foi por isso que Paiva topou o desafio de voltar a competir num evento que ele também ajudou a tornar realidade. Completou o time, como reserva, o multiesportista Eduardo Coelho, recém chegado da Amazônia, onde disputou a corrida de aventura Expedição Mata Atlântica.

Laços de amizade e até de sangue como no caso de Maurício e Roberta fazem coração e muito fôlego guiarem a equipe, que treina em São Paulo, na raia da USP, com o técnico Hércules. Para complementar a preparação para este Vedacit Hip Ho Santos, eles realizaram a primeira travessia em canoa havaiana no Brasil. No último feriado de 15 de Novembro, remaram pouco mais de 9 horas e meia os 70 km entre de Santos à Barra do Sahy.

Rumo ao Havaí – Normalmente descontraídos e carismáticos, eles deixam a concentração tomar conta minutos antes de largar para a prova. “Tive que dar muito gás para acompanhar este time que rema muito”, festejava Roberta após a final deste domingo, disputada com a Outrigger, do Rio, a santista Vit Shop e a Parceria Hiking, de Bertioga. O Paulistano ainda bateu o recorde da prova, terminando o percurso em 22min07, e se tornou o campeão do ranking brasileiro, com 50 pontos.

A próxima competição da equipe deve ser a primeira prova organizada no Rio de Janeiro, marcada para 2 de fevereiro. Mas Maurício adianta que o sonho agora é remar no berço dessas sagradas canoas: o Havaí. Em 2002, um dos objetivos do Paulistano é disputar a Travessia Oahu-Molokai, prova que reúne quase 300 equipes, que percorrem 70 km, em revezamento.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira