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Corpo da escaladora Roberta Nunes chega em Curitiba na próxima semana; haverá homenagem no Morro do Anhangava

Redação Webventure/ Montanhismo

Roberta Nunes quando fez a conquista mais rápida do El Capitain  no ano passado (foto: Arquivo Roberta Nunes)
Roberta Nunes quando fez a conquista mais rápida do El Capitain no ano passado (foto: Arquivo Roberta Nunes)

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Atualizado às 16h06*

O corpo da montanhista paranaense Roberta Nunes, 34 anos, que morreu na terça-feira em um acidente de carro nos EUA, enquanto voltava de uma escalada no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, chegará no Brasil na próxima semana.

Na semana que vem também, parentes, amigos, colegas de montanha e admiradores farão uma homenagem à atleta no Morro do Anhangava (1.420m), próximo à Curitiba, berço do montanhismo paranaense e um dos locais preferidos da atleta. Foi lá que Roberta Nunes começou a escalar, para depois despontar no mundo todo como uma escaladora rápida, técnica e de muita coragem. A homenagem deve ser feita no Abrigo 5.13.

Atualmente, o sonho de Roberta era morar em Bariloche para ficar mais próxima da Patagônia, local que ela tanto adorava. A escaladora foi a primeira brasileira a fazer a via Franco-Argentina, no Monte Fitz Roy, na Patagônia Argentina, em 2002. Em 2003 participou de uma expedição feminina para escalar o Thumbnail, na Groenlândia. No ano passado, foi a mulher mais rápida a escalar o big wall El Capitain, em menos de 24 horas.

Acidente – Roberta morreu voltando de uma pequena viagem, na região de Utah, em que ela guiava o carro tendo ao lado seu namorado Sean Leary. A escaladora perdeu o controle do carro e ambos rolaram uma ribanceira, capotando várias vezes. Roberta teve um afundamento profundo do crânio e mesmo o resgate tendo sido feito de helicóptero não havia esperança.

A atleta estava satisfeita porque havia tirado carteira de motorista esse ano em Curitiba. “Ela estava feliz porque teria mais liberdade e poderia cobrir mais pontos de escalada. É uma perda absurda e todos estamos de luto”, diz o amigo e sócio do ginásio de escalada curitibano Campo Base Flávio Canteli, o Juca.

“Ela não tinha medo de estar à frente de expedições só porque era mulher e o esporte é em sua maioria realizado por homens”, diz o amigo e escalador Dálio Zippin Neto, o Dalinho. “Eu sinto muito realmente, mas a melhor homenagem a ela é não esquecer de seus feitos, de sua persistência, de sua liderança como mulher e brasileira nos feitos pela Patagônia e pelo mundo. Ela quer que a gente escale”.

* Ao contrário do que foi publicado anteriormente, Roberta Nunes não possuía seguro de vida.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani

Last modified: julho 21, 2006

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