Trecho de vertical do Raid Brotas 2000. (foto: Arquivo Alaya Expedições)
O feriado da última Páscoa mostrou uma evolução significante no mundinho das corridas de aventura no Brasil. Nada menos do que 150 equipes estavam competindo em três provas distintas em três estados do Brasil: Florianópolis (SC); litoral de SP e nas proximidades de Brasília (DF) e Góias.
Este número é interessante de analisar quando se sabe que, até o final do ano 2000 – ou seja somente 15 meses atrás – era dificil juntar o número mínimo de equipes para uma só prova. Na época, quando tínhamos 20 pessoas para o Raid® Brotas Discovery, a primeira prova-escola do país que, desde 98, introduziu mais de 500 pessoas as corridas de aventura, era festa!
Até o Raid® Extreme 2000, muito inovador (com as modalidades de rafting, ride nrun e um verdadeiro festival de vertical) sofreu provavelmente de ser inovador demais.
Em corridas de aventura, como em muitos outros assuntos, o Brasil evolui na velocidade da luz. E isso é muito bom para os competidores, que têm cada vez mais opções de provas, de níveis, de modalidades e de locais variados. E é só um começo. Para ter uma comparação, no calendário francês da modalidade, constam entre abril e novembro umas 200 provas com versões para crianças e até terceira idade!
Físico versus técnica – Outra evolução mais preocupante – é a predominância do fator físico nas provas em relação ao fator técnico. Todos competidores comentaram o ritmo alucinante das provas, principalmente das curtas. Nessas provas, que os melhores completam em 5 horas, quase não há orientação, as remadas são no remanso e o vertical se limita a um rapel…
Nessas provas, a aventura sumiu e as corridas viraram correrias. Tirar o aspecto técnico das provas é perder sua essencia. Os competidores pedem mais aventura. Cabe aos organizadores evitar se iludir em montar apenas triatlos ecológicos. Então, será correria sem aventura a última modalidade?
Boas provas! Curtir é preciso.
Este texto foi escrito por: Jean Claude Razel