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“Corrida de aventura é esporte de equipe”, disse Cathy

Uma das melhores atletas de corridas de aventura, a americana Cathy Sassin esteve ontem na Reebok Sports Club, em São Paulo, palestrando sobre sua maior especialidade. Somente competidores inscritos na terceira e última etapa do Reebok Ecomotion Circuit, que acontece neste fim de semana, no Parque Nacional do Itatiaia, com cobertura on line do Webventure, puderam participar.

Campeã das duas edições do Elf-Authentique Aventure (1999 e 2000), sendo a segunda realizada no Brasil, ano passado, segunda colocada no Raid Gauloises 1998, no Equador e no Eco-Challenge British Columbia 1996, Cathy expôs os fatores presentes em uma corrida, enfocando os pontos positivos e negativos, por quase três horas. “Corrida de aventura é um esporte de equipe. O compromisso entre os atletas é muito importante”, frisou intensivamente.

Segundo ela, são três os principais para se conseguir vencer uma corrida ou, simplesmente, terminá-la. “É preciso motivação, flexibilidade e saber equilibrar dor e diversão”.

Entre exemplos de experiências reais em corridas desde 1995, Cathy contou a superação de seu companheiro de equipe ao jumariar (ascensão com cordas) uma parede no Grand Canyon (EUA) com um braço quebrado. “Aprendi que não se deve desistir sem que tenha tentado continuar. Abandonar um corrida só se estiver inconsciente”, brincou.

Aula – A iniciativa de trazer Cathy Sassin para um workshop no Brasil faz parte de um planejamento do Reebok Ecomotion Circuit de aproximar atletas de grande know-how dos que estão começando. “Agrega muito. Nós estamos tentando chegar no nível deles. Há situações semelhantes em que já passamos. Mas para as pessoas que estão querendo começar agora é muito importante ouvir pessoas experientes”, comentou Eleonora Audrá, integrante da equipe feminina Atenah.

Para Nora, que já correu as três edições da Expedição Mata Atlântica, maior prova brasileira, além das internacionais Elf e Southern Traverse, o companheirismo na equipe foi o que chamou mais atenção na palestra de Cathy. “Quando um pessoa está cansada ou mais fraca, a equipe toda não deve deixá-la para trás, deixar que ela se abale fisicamente e emocionalmente. É preciso levantar a moral”.

Da teoria para a prática, os competidores do Reebok Ecomotion Circuit poderão já usufruir dos conselhos de Cathy no desafio deste fim de semana.

Uma corrida de aventura é um rali humano. Uma prova de velocidade, muitas são non-stop, em que equipes, com três ou quatro integrantes, devem utilizar habilidades físicas para cumprir etapas de trekking, mountain bike, técnicas verticais (rapel, ascensão e tirolesa), cavalgada, nado, caiaque, canoagem, vela e rafting, além de terem conhecimentos em orientação.

É uma mistura de expedição e competição. Aos olhos dos competidores, é um teste de resistência física e psicológica. Aos olhos dos espectadores, é pura loucura.

O conceito foi criado pelo jornalista francês e amante da natureza, Gerárd Fusil. Em 1989, na Nova Zelândia, ele montou a precursora Raid Gauloises, dando início a um universo que hoje sustenta atletas profissionais e organizadores.

Já existe um Circuito Mundial de Corridas de Aventuras (AR World Series), formado por sete provas, todas classificatórias para Discovery Channel World Championship Adventure Race. Mas, na atualidade, a maior corrida do mundo é o Eco-Chellenge, do expedicionário Mark Burnett. A quinta edição (2000) aconteceu em Bornéo, na Indonésia.

Em razão do quinto centenário de descobrimento, o Brasil já foi sede de um corrida internacional. Em abril de 2000, Elf-Authentique Aventure, idealizada por Gerárd, cruzou os estados do Maranhão, Piauí e Ceará, em mais de 850 km de percurso. A prova passou por lugares exuberantes, como os Lençóis Maranhenses.

No rastro – O Brasil teve sua primeira corrida de aventura em 1998 com a Expedição Mata Atlântica, hoje pertence ao circuito mundial como a única etapa sul-americana. Nos últimos dois anos, quando fora formado o Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, houve um boom neste tipo de competição. Cada vez mais, adeptos competem em provas espalhadas por todo o país.

A EMA Expedição Mata Atlântica continua sendo a mais importante, com um percurso em torno de 450 km. Porém, há outras no rastro, como o PETAR (2000 e 2001), Raid Brotas Extreme, Litoral 2000, Reebok Ecomotion Circuit (Serra da Bocaina, Paraty e Itatiaia), Rio Eco 2000, que contou com a participação de equipes estrangeiras, Desafio Costa do Sol (Paraíba), entre outras.

Este texto foi escrito por: Webventure