Mochila nas costas e disposição para a aventura (foto: Arquivo Carajás)
Na segunda matéria da Semana das Crianças, fomos verificar como está o movimento dos escoteiros, fundado em 1907 e que até hoje atrai crianças mundo afora. E descobrimos que o segredo da longa vida dos grupos é misturar tradições e muita aventura!
Foi-se o tempo em que escotismo era limitado a acampamento e boas ações. Escalada, trekkings longos e até rafting fazem parte das atividades atuais deste movimento, o primeiro a perceber os benefícios da integração criança-natureza, e que hoje reúne cerca de 53 mil pessoas no Brasil, 10 mil na faixa entre 7 e 10 anos*.
Semelhanças com os esportes de aventura que estão na moda não são mera coincidência. “Orientar-se com bússola, montar barraca, bivaque, cozinhar e até improvisar um chuveiro no mato são coisas que eles tiram de letra e estão em alta hoje em dia, são fundamentais para provas como o Eco-Challenge, por exemplo”, ressalta Jonathan Govier, chefe do grupo Carajás (www.carajas.com), o segundo mais antigo de São Paulo.
Cinco dias na trilha – A criança pode entrar para os grupos a partir dos 7 anos, quando é chamada de “lobinho”. O nome escoteiro só é usado para a faixa etária de 11 a 15 anos, quando começam a acontecer os acampamentos-volantes, aqueles montados durante uma excursão num lugar não-fixo. No ano passado, os membros do Carajás foram à Chapada Diamantina para percorrer a trilha das Gerais (93km), em cinco dias de caminhada.
“Essa foi uma atividade puxada. A gente analisa a criança juntamente com os pais para ver se ela tem condições de realizar isso. É aí que aparece a importância do grupo: todos têm de chegar ao mesmo destino, ninguém pode desistir no caminho”, explica Jonathan. Brotas, Pedreira de Mairiporã e o PETAR (Parque Estadual do Alto Ribeira) também estão no intinerário do grupo.
Uma criança melhor – Desenvolver o espírito de equipe, a auto-estima e o auto-conhecimento são benefícios de quem passa pelo movimento. “Uma criança já volta mudada após uma semana de acampamento”, garante o chefe. A principal dificuldade é manter esses efeitos interessantes aos jovens. “O escotismo é uma pirâmide. Nem todos os lobinhos viram escoteiros e a minoria passa a sênior (membro de 15 a 18 anos) ou pioneiro (de 18 a 21 anos)”, conta.
Entre as meninas, o interesse parece crescer. Do total integrantes dos escoteiros no país, 15 mil são do sexo feminino*. Jonathan concorda: “Elas são muito mais unidas e querem fazer mais atividades do que os meninos.”
E o que fazer para se tornar um escoteiro? O primeiro passo é contactar a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), pelo fone (41) 353-4732 (em São Paulo, a Regional tem site – www.escotismo.org.br -) e descobrir qual o grupo mais próximo da sua casa.
(*) dados da União dos Escoteiros do Brasil
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira