Cris de Carvalho integrante da Atenah é diretora do Projeto Mulher (foto: Divulgação)
Cristina de Carvalho, de 37 anos, é integrante da equipe feminina de corrida de aventura Atenah e diretora do Projeto Mulher. Como atleta, sua mais recente conquista foi o quarto lugar no Ecomotion Pró 2006. A equipe, formada por Cris, Sílvia Guimarães, a Shubi, Eleonora Audrá e Fernanda Maciel, foi a melhor entre as brasileiras. Para ela, as Atenahs defendem um conceito muito significativo para o esporte: a importância da dinâmica em grupo.
Ao superar todas as equipes brasileiras que têm a formação habitual de três homens para uma mulher, a Atenah, composta por quatro mulheres, mostrou na teoria e na prática que a habilidade e força física feminina não deixam nada a desejar. As regras do esporte impõem que as equipes tenham pelo menos uma mulher, a fim de equilibrar a disputa. Não será surpresa se essa regra mudar, já que o quarteto feminino tem tornado as provas ainda mais difíceis para os meninos.
Acabamos servindo de exemplo para a compreensão da importância da sinergia, estratégias e atitudes, além da força e preparo físico, relatou Cristina. Segundo ela, a equipe ser integralmente feminina tem inúmeras vantagens, por exemplo quando temos que nos trocar sem nos preocupar com quem está do lado, quando podemos trocar confidências como se fossemos adolescentes, quando usamos a fragilidade para abrir fronteiras, etc..
Quando a equipe é mista, o desafio é conseguir ajustar as diferenças, que podem se manifestar dentro da condição física ou da falta de privacidade de estar sempre dividindo sua intimidade com outros homens. Mas para ela as diferenças também podem ser positivas com base na troca de qualidades. A mulher cuida, preserva, pensa e pondera. Por outro lado, apesar de muitas mulheres terem interesse no esporte, acabam se intimidando. É difícil para muitas mulheres acompanharem o ritmo de 3 marmanjos, disse.
O projeto – O Projeto Mulher foi criado há 10 anos, quando o conceito de treinos outdoor era desconhecido da maioria das mulheres, que praticavam esporte apenas em academias ou simplesmente não praticavam. A idéia foi introduzir este conceito, quebrar barreira na vida das mulheres modernas, contou Carvalho. A iniciativa, pioneira no mercado, busca unir nutrição e atividade física em programas que provenham bem-estar, equilíbrio e boa performance. Periodicamente são realizadas caminhadas, corridas e circuitos nos principais parques da capital paulista.
Para as interessadas em corrida de aventura há o Núcleo Aventura, um módulo de treinamento físico para quem quer melhorar sua condição física e ter mais contato com a natureza. As três modalidades oferecidas são o trekking, o mountain bike e a canoagem. Para preparar as meninas para o desafio, as professoras oferecem um treinamento físico próprio para elas. A mulher precisa de atenção dobrada na região dos glúteos, por exemplo. Tem ainda, a mulher que passa pela maternidade, ela precisa de um trabalho específico para trabalhar sua musculatura a fim de recuperar suas medidas.
Os fatores como gravidez, menstruação e a famosa tensão pré-menstrual também são levados em conta. Segundo Cristina, é necessária adaptação. O desconforto sempre atrapalha o desempenho. Portanto, a influência será proporcional ao desconforto destas situações, disse. O mesmo se aplica a gravidez, já que a continuidade ou não do treinamento dependerá das condições da gestante e do bebê.
Este texto foi escrito por: Roberta Spiandorim
Last modified: março 8, 2007
