Depois de chegar ao seu ponto máximo (em termos de Latitude) na cidade de Iquique, o Dakar 2010 começou o seu caminho de volta para Buenos Aires descendo para o dia de descanso em Antofagasta. É a etapa mais longa (600km de especial, 641 totais) dessa duríssima edição de número 32 do Dakar, uma que além das dunas envolve um salar, a parte de deserto com sal a gosto. Para termos uma idéia, em termos de distância tomando como referência a Latitude, é como se saíssemos da Serra da Canastra em Minas e fossemos rumo Sul até Caraguatatuba no Litiral Norte de São Paulo, desviando um pouco para passar pelas salinas de Cabo Firo. Um dia duro que ao seu final tem a sensação do dever cumprido pela metade e a promessa maior de um dia inteiro de descanso antes de continuar.
VW Race Touareg 2: animados mas prudentes.
Um dia que consagrou a dupla Nasser Al-Attiya/Timo Gottschalk que resolveu atacar e depois de vencer a Etapa 7 com um tempo de 5h41m conseguiu descontar 4m21s da dupla líder CarlosSainz/Lucas Cruz. Mark Miller/Ralph Pitchford ficaram com 4ª colocação para manter os três Race Touareg 2 nas três primeiras posições. A dupla Giniel DeVilliers/Dirk Vom Zitzevitz, mesmo carregando 100kg de peças sobressalentes (para eventualmente ajudar os outros 3 Race Touareg 2 que largaram à sua frente, chegou em sexto e já está em 12º na Classificação Geral. Uma performance que naturalmente deixou a todos da Equipe VW animados, mas que não os deixou abandonar a prudência. Todos sabem que no Dakar é preciso “Esperar o Inesperado” e como definiu bem de forma sucinta, objetiva e fria Carlos Sainz “Terminamos apenas metade do rally e a disputa dentro de casa e contra as dificuldades vai continuar durante mais sete dias.
Maurício Neves ainda no hospital para observações e reclamando do dreno que incomoda muito segue para o Brasil na próxima 4ª feira e Clécio Maestrelli , muito solicitado para explicar o acidente da véspera: “Foi de repente em um trecho não sinalizado, pegamos uma depressão escondida pela areia fesh-fesh e o carro foi catapultado, capotando de frente. Foi uma pena abandonar assim, mas são coisas de Rally em espacial coisas do Dakar. Eu não sofri nada e mesmo assim passei uma noite no hopisital, o Maurício com quatro costelas quebradas fica lá mais uns dois dias”.
Amarok – Eu vou, eu vou…
Durante perto de 9 horas na estrada as Amarok tiveram um dia movimentado em busca de lugares privilegiados para observar a passagem dos competidores. Em uma excursão atrás dos pontos de acesso permitidos as 7 Gigantes da VW rodaram pelas minas da região em estradas e fora delas sob um sol entusiasmado, escoltado por um calor animado e um vento bem disposto de mais de 20 nós. Faltou só a trilha sonora assobiada do Eu vou, eu vou…” O garimpo deu resultado e de duas “arquibancadas” naturais o Dakar se mostrou como é de verdade para cada uma das Amarok.
Por Carlos Lua Cintra Mauro – De volta a Antofagasta que saiu perdendo feio na comparação com Iquique tanto em termos visuais (a chegada em Iquique que vocês podem ver na foto do Race Touareg 2no topo da duna final de descida antes da largada com o Pacífico de moldura) como em hospitalidade e clima. Mas sua condição de fronteira do Norte mineiro garantida pela abundância de cobre, promessa de ouro e prata e futuro de lítio a faz reviver o seu passado de glória com o salitre enquanto batalha para construir condições melhores para todos. Investindo no futuro com a sua Universidade del Mar deuxa claro que além das minas volta os olhos para as ciências do mar, a pesca e a aquacultura.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente VW no Dakar 2010
Last modified: janeiro 9, 2010