O “inferno” da Mauritânia deixou em maus lençóis o piloto brasileiro Klever Kolberg, da equipe BR Lubrax do rali Paris-Dakar, líder da
categoria T2.2 para carros a diesel. O caminhão de assistência, contratado na França para levar as peças de reposição para seu Mitsubishi Pajero Full, capotou ontem em El Ghallaoiya e está fora da competição.
O motorista teve ferimentos leves no acidente, mas, mesmo assim, disparou o equipamento de segurança, a baliza, que aciona a organização para providenciar o resgate. Só que quando esse procedimento é feito, o veículo é excluído da prova
automaticamente. E, pelo regulamento do Dakar, as peças, pneus e ferramentas transportadas não podem ser utilizadas pelos competidores.
Klever está preocupado com seu futuro na prova a partir de agora. Ainda mais depois da etapa desta terça-feira, em Ghallaouiya. “O câmbio do meu carro quebrou no quilômetro 260 (num total de 518 cronometrados) e tive que terminar o trecho somente
na quarta marcha. E a peça de reserva estava no caminhão de assistência que capotou”, afirmou.
“Meu dia estava indo bem até aquele momento. De repente começou a fazer um barulho forte. Eu e meu navegador, o francês Bruno Cattarelli, passamos muito medo de ficar no deserto. Afinal, ainda estávamos praticamente na metade do caminho”, contou Klever Kolberg, que precisou usar a reduzida do câmbio, em quarta marcha,em alguns trechos da etapa.
Salvação – Mas nem tudo estava perdido para o brasileiro. Depois do sufoco no meio do deserto da Mauritânia, ao chegar ao acampamento da organização, Kolberg conseguiu um câmbio emprestado e, por ironia do destino, o “salvador da pátria” era justamente o
seu principal adversário na categoria T2.2. O alemão Sven Quandt, até então vice-líder atrás de Klever, tombou seu Mitsubishi Pajero Full e abandonou o rali.
“A peça do carro do Quandt está com um pequeno vazamento de óleo, mas dá para chegar até Atar, nossa próxima parada. Lá terei um câmbio novo, já que 11 de janeiro é dia de descanso e o primeiro dia de todo o rali que será permitido o trabalho de mecânicos que viajam em aviões”, contou Klever Kolberg.
Este texto foi escrito por: Webventure