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De dentro da canoa: a festa dos 80 km

Redação Webventure/ Rafting e canoagem

Integrante da equipe que venceu os 80 km de canoas havaianas no último sábado (29/03), em Santos (SP), Roberta Borsari dá um depoimento entusiasmado sobre como foi encarar este superdesafio.

Acho que todos que estavam envolvidos com Desafio da Volta da Ilha de Santo Amaro, tanto atletas quanto organizadores e público, se sentiram emocionados por participar de uma prova tão especial e esperada: a primeira prova longa com revezamento de canoa havaia disputada no Brasil! Apesar de termos dois anos dessa modalidade no país, nunca houve uma prova com essas características.

Em tempos de guerra, celebrar a união, o espírito de equipe e o contato com a natureza já é algo que pode nos tornar privilegiados. E foi com um lindo dia de sol, apesar das previsões, que a natureza nos presentiou no dia dessa comemoração.

A largada da prova foi no estilo Le Mans, onde os atletas saem correndo em direção à canoa, empurrando-a até a água. Foi confusa: parte dos atletas achavam que a largada havia sido queimada e parte saiu em direção à canoa. Enganou-se quem achou que ela tinha sido inválida e, às 9h50, na Ponta da Praia, o evento começou oficialmente.

Estratégia – E foi emocionante ver todas a canoas partindo. Todas as equipes tinham barco de apoio, que levava o fiscal de prova, os atletas que estavam esperando a vez do revezamento e toda a estrutura de alimentação, bebidas, remédios e gel em forma de carboidratos, e outros apetrechos que o time julgasse necessário.

Cada canoa tinha a sua estratégia, mas as equipes que fizeram mais revezamentos tiveram melhor performance na prova, pois os atletas remavam o tempo todo na sua maior potencialidade. Nossa equipe (Paulistano mista) revezou todas as vezes que pôde e esse foi o nosso diferencial para a vitória. Remávamos em torno de 2 horas, 2h30 e tínhamos as oportunidade de descansar um pouco, tomar líquido, comer banana… enfim, recuperarmos o fôlego.

A maioria dos competidores era experiente, com remadores ou atletas das corridas de aventura. Mas todos sabem que, por mais experência que se tenha, após 3 ou 4 horas de remada forte constante, o corpo já não responde como no início da remada.

Mar mexido – Os remadores enfrentaram não só sete, oito, ou nove horas de remada, mas um mar aberto bem mexido, com grande ondulação, o que fez algumas canoas virarem. Eu remei durante toda essa parte, que representou mais da metade do trajeto. Quase no fim do percurso, o desafio foi um zigue-zague sem fim no canal de Bertioga, onde também remei.

Uma das coisas mais bacanas desta prova foi sem dúvida o espírito de equipe. As trocas de remadores que ocorriam com as canoas em movimento durante todo o percurso empolgavam os atletas que se viam cada vez mais próximos de vencer o desafio de completar a prova. Quem estava fora da canoa, descansando, também incentivava e cuidava dos que remavam, observando quem já não estava rendendo tanto.

A troca de integrantes na canoa foi um desafio à parte: era preciso entrar na embarcação na hora certa. Do contrário, a canoa teria de parar e até “dar uma ré” para pegar o atleta e isso seria uma significativa perda de tempo.

Missão cumprida – No final, conforme iam chegando as equipes, a festa era geral. A comemoração era de todos os atletas que participaram e que no final fizeram uma grande confraternização!

A vitória, mais uma vez foi da canoa havaiana, que se consolidou como um esporte amado por todos que se identificam com a aventura de estar próximo a natureza! O interessante nesta prova inédita foi que não existiu só a sensação de estar numa competição, mas também de desbravar, de se aventurar por 80 km de remada.

Viva a canoa havaiana!

Este texto foi escrito por: Roberta Borsari

Last modified: abril 1, 2003

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