Mar do caribe. (foto: Manuel de Carvalho)
Neste Minha Aventura o aventureiro Manuel de Carvalho conta sobre a viagem que fez com uma moto 125 cc até a Colômbia e os apuros que passou
Esta aventura era para ser feita de bicicleta, mas como levaria muito tempo resolvi fazê-la com uma moto Bros 125cc.
Saí em direção ao Rio de Janeiro. Era uma Terça-feira. Ao entrar na Av. Brasil, às 7 da noite, enfrentei um congestionamento enorme. Pilotei entre os carros até chegar no motivo de todo aquele trânsito: um tiroteio na Linha Vermelha, ali próximo à entrada da Ponte Rio Niterói. Minutos depois o trânsito foi liberado. Às 21h30 parei em um pequeno hotel para minha primeira noite nesta aventura.
No segundo dia, saí às 6 da manhã em direção a Campos, norte do Rio, onde faria a revisão dos 1000 km. Esperei mais de duas horas para fazer a revisão. Não havia rodado 1100 km quando começou uma coceira terrível na minha testa. Era uma alergia ao forro do capacete. Então, fui obrigado a usar uma touca para aliviar o problema. Não resolveu muito, o jeito foi retirar a aquele forro. Tive que usar a touca o tempo todo pois o capacete dançava na minha cabeça. Administrei bem o primeiro problema, mesmo com as bolhas que se formaram em minha testa.
No terceiro dias, já na Linha Verde, de Salvador para Aracaju, percebi que não agüentaria muito tempo sobre o banco da moto. Eu pilotava meio de lado, colocava os pés para trás e jogava o corpo para frente, às vezes ficava em pé, tudo para aliviar a dor nas nádegas. Precisava cuidar para não virar ferida.
Agora, quinto dia, já em Maceió, parei para fazer a revisão dos 3000 km. Enquanto preparavam a moto, fui procurar um travesseiro para aliviar a dor da região. A idéia funcionou. A dor ficou dentro do suportável. Neste mesmo dia pilotei até Natal, onde cheguei às 22 horas. Foram quatro capitais em um dia.
Mas antes de falar das belezas de Natal, deixe-me contar um pouco sobre o Rio São Francisco: cheguei em Aracaju às 20 horas. Peguei um trânsito intenso na BR 101 na saída de Aracaju. Pouco depois, deixei a 101 e virei a direita em direção a Neópolis, à margem do Velho Chico. Queria tocar e sentir aquelas águas limpas e tranqüilas. Depois de comer uma deliciosa tilápia frita, me hospedei em um hotel à margem do rio.
Dava para ver a luz da lua refletida naquelas águas. De manhã, um delicioso café me aguardava, mas não pude aproveitá-lo totalmente, pois iria pegar a balsa das 6 horas. O tempo era meu maior inimigo. Cruzei o rio e cheguei em Penedo cidade histórica de Alagoas. De lá segui pela Rota dos Coqueiros até Maceió. Estrada tranqüila e com paisagens paradisíacas. Destaco a Praia do Gunga e Lagoa do Roteiro.
Bem, voltemos à Natal. Eis um lugar onde a natureza é espetacular. Aliás só não conheço o Acre e o Amapá, e de tantos lugares lindos que temos no Brasil, fica difícil escolher os mais bonitos. Mas Natal é mágica. Cruzei o centro de Natal e peguei a balsa para Genipabu no Rio Potenji. Tinha a intenção de visitar a Lagoa de Genipabu, mas não quis arriscar, é que não sou bom piloto na areia, fora o preço que eles cobram e também nesta época do ano a água da lagoa fica muito baixa. Dei uma passada na praia de Genipabu. Foi só para fazer umas fotos.
Agora, segui para praia de Pitangui, onde visitaria uns amigos. Tirei três horas desse dia para curtir um pouco essas maravilhas do Criador. Queria ir à Lagoa de Jacumã, para descer no esqui-bunda, mas já havia estourado o meu horário de lazer, o primeiro nesses seis primeiros dias. Despedi-me dos amigos e voltei à estrada, agora, pela BR 222, em direção à Fortaleza.
À medida que me afastava de Natal, podia sentir o calor intenso do sertão do Cariri aumentando. Era difícil agüentar aquele calor, ainda mais que não dava para andar sem a jaqueta, porque o sol forte e o vento queimariam os meus braços em pouco tempo. Era caatinga pura. Quando entrei no Ceará, tive que redobrar a atenção com os buracos. Nem imaginava que o pior estava 1000 km à frente.
Cheguei em Fortaleza às 20h. Claro que não poderia deixar de passar em Canoa Quebrada, pelo menos para registrar uma imagem. Na capital cearense rodei bastante até encontrar um local para colocar meu corpo na horizontal. Precisava de um local barato, afinal de contas, uma viagem de 30 dias e 20000 km não se faz com pouco dinheiro. Então, depois de andar uns vinte minutos encontrei uma pessoa perto da Praia do Futuro. Era o seu João.
Perguntei a ele se tinha algum hotel barato naquele lugar. Ele me mostrou uma pousada, naquela mesma rua. Bem, segui até lá. Quando parei em frente a pousada, achei que não teria como pagar. Fiquei olhando aquele muro enorme e procurando um portão que estivesse aberto. Nisso chegou o seu João e perguntou se eu não ia entrar.
Disse a ele que o local parecia caro e não podia gastar muito. Ele disse: – Vamos entrar, eu sou o gerente e posso fazer um bom desconto. Entramos. Que local agradável. Era a Pousada dos Pinheiros. Pena que passaria apenas algumas horas. Ele perguntou se eu queria ar condicionado ou ventilador.
Olha, o ventilador era mais importante, pois eu lavava minha roupa em baixo do chuveiro, depois colocava em frente ao ventilador para secar mais rápido. Mais uma vez lamentei não poder ficar num lugar tão aprazível. Levantei às 5.30 da manhã e saí às 6.00, sem o café da manhã. Você acha que num lugar desses alguém vai levantar de madrugada?
Depois de perguntar para várias pessoas, consegui acessar a BR que me levaria à Teresina. Às 20 h estava cruzando a ponte do Rio Parnaíba em Teresina. Era muito cedo, quis andar mais um pouco para dormir em Caxias, no Maranhão. Consegui um hotel bem barato no centro da cidade. Era um prédio bem antigo, os móveis também. Os chuveiros, só na água fria! Mas, o mais importante, era descansar o esqueleto.
De madrugada, tomei café com os aposentados que estavam na praça central. Eu tinha que percorrer naquele dia 870 km até Belém do Pará. Na saída da cidade tem um posto da Polícia Rodoviária Federal. Parei para pedir umas informações. Conversei com o policial Almir que foi muito simpático. Ele me deu dicas sobre a BR 174, onde eu passaria cinco dias depois. Horas depois, na região de Santa Inês, enfrentei 110 km de muito buraco e lama. Olha, foi um verdadeiro Raly do Maranhão.
Às 21h cheguei em Santa Isabel, bem perto de Belém. Que dificuldade para achar um hotel. Consegui encontrar, se bem que não dá para chamar aquilo de hotel. Tive que subir uma escada em caracol, eu subi, mas minha mochila ficou entalada, de tão apertada que era a maldita escada. Já a moto consegui guardá-la num salão embaixo. Bem cedo estava entrando em Belém, pela BR 316. Que movimento de carro, maior ainda era o fluxo de pedestres e ciclistas à margem da rodovia. Em fim, cheguei em Belém, onde fui direto ao Porto da Baia de Guajará, onde pegaria um barco para Manaus. Para minha surpresa o barco sairia às 18 h.
Aproveitei para fazer a revisão dos 6000 km. Enquanto isso, aproveitei para passear pela cidade e negociar o preço da passagem e o frete da moto. Consegui um bom desconto: minha passagem saiu R$170 e o frete da moto custou R$ 110. Eu já havia viajado de barco, mas aquele era diferente: eram cinco dias e cinco noites até Manaus, tempo de sobra para admirar a beleza exuberante da floresta e rios amazônicos.
Claro que pude descansar bastante. Mas, infelizmente, é impossível passar despercebida a pobreza dos moradores ribeirinhos. Saí de Belém na Quarta-feira às 18 h e no sábado, às 12 h, desembarquei em Santarém para trocar de barco. Fui informado em Belém, que chegaríamos em Manaus na segunda-feira ainda de manhã, só que ao mudar de barco, descobri que chegaríamos lá as 19 h. O tempo era muito precioso, precisava evitar essa perda de tempo. Foi aí que o capitão do barco informou que era possível descer em Itacoatiara, a 300 km de Manaus. Lá pegaria a estrada até a capital do Amazonas. Desci em Itacoatiara às 5h30 da manhã e às 10 h já estava em Manaus.
Ao meio dia estava em Presidente Figueiredo, a Cidade das Cachoeiras, como é conhecida. Troquei minha hora de almoço por um banho no rio que corta a cidade um lugar maravilho! No início da noite parei para fazer a barba e depois jantar no Restaurante Alvorada, do seu Pedro, em Rorainópolis. Às 22 h estava sobre a ponte do Rio Branco, em Caracaraí. Depois de navegar 5 noite e 4 dias, pude pilotar 950 km em 16 horas. Veja, você, que parei para fazer algumas fotos, passei num trecho muito ruim da estrada, fora a fiscalização. Também cruzei a Reserva dos Índios Waimiri-Atroari, uma área do tamanho do estado de Sergipe.
Acordei com expectativa, pois seria o dia que deixaria o Brasil. Às 14 h estava na divisa com a Venezuela. Ao entrar em Roraima, passei em uma barreira militar, onde você tem os seus dados anotados em um livro, sua bagagem revistada e o único lugar onde pediram o comprovante da vacina contra febre amarela. Depois de ficar quase uma hora e meia na aduana, consegui entrar na Venezuela, e olha que já saí de São Paulo com os documentos expedidos pelo Consulado, onde paguei U$ 54.
Minha maior curiosidade era saber o preço da gasolina. Fiquei impressionado. Enchi o tanque da moto com 1.700 bolívares, moeda local., equivalentes a R$ 2 (R$ 0,20 o litro). Claro que cheguei lá com a moto na reserva. Achei que tudo era barato. Esqueci que a Venezuela é o quinto produtor mundial de petróleo.
Então, troquei uns R$ 60 por bolívares. Deu uns 54.000 bolívares. Com um real dava para comprar uns 850 bolívares no câmbio paralelo, é claro. Com um dólar dava comprar 1.700 bolívares. Viram como o real vale proporcionalmente mais que o dólar? O dólar valia três reais. Então daria para comprar uns 2.500 bolívares com um dólar. Saí de Santa Helena e em poucos minutos estava num lugar espetacular, ímpar: a Grande Savana.
Diante daquela paisagem, parei a moto para visualizar os detalhes. Uma coisa é você ter uma aula de Geografia sobre a grande Savana, agora, você estar ali, diante daquele cenário deslumbrante são outros quinhentos.
Nesta região temos mais de 150 km de savana, praticamente deserta. Ali encontramos algumas aldeias indígenas, instaladas em lugares muito especiais. Sabe o que eu quero dizer com muito especiais? São lugares onde a natureza é mais exuberante. Geralmente os índios estão na margem de um rio, de uma corredeira, ou de uma cachoeira. Esses lugares são pontos turísticos e no final de semana recebem muitos turistas brasileiros e venezuelanos. Os turistas se hospedam em ocas. Há também lanchonete e churrasqueiras em pátios cobertos. É assim que esses índios ganham a vida, com o turismo de final de semana.
Eu também passei minha primeira noite na Venezuela em uma oca com a família indígena de seu Inácio, já quase na saída da Grande Savana, perto da Serra do Leme. Eram 20 h e eu não queria arriscar descer os 25 km da Serra do Leme à noite. De madrugada, despertei com o intuito de chegar em Barcelona, perto do Mar do Caribe, até as 21 h. Cheguei às 21h40.
Esse dia foi muito tranqüilo. As estradas são boas e o trânsito é bom. Sofri apenas com o calor intenso, principalmente entre El Tigre e Barcelona, região muito quente e árida. Quero destacar a Ponte Angostura, sobre o Rio Orinoco, uma verdadeira obra de arte da engenharia, melhor ainda porque foi construída por brasileiros: a Construtora Odebrech.
À noite em Barcelona, foi uma dificuldade encontrar um hotel barato. Só me indicavam o hotel 5 estrelas da avenida principal, ou um motel que era ali perto também. No motel, me disseram que não poderia passar à noite toda. Até que encontrei um hotel mais simples numa rua paralela. Que espelunca! Mas tudo bem, depois de pilotar dezesseis horas o importante era esticar o corpo em uma cama. Claro que tive que lavar minha roupa sob a água fria de um chuveiro, aliás, há vários dias eu não sabia o que era água quente. Pela manhã, reservei umas duas horas para conhecer o Mar do Caribe em Puerto Cruz, de onde saem os navios para várias ilhas caribenhas.
Foi aí que vi uma semelhança com São Paulo: o trânsito maluco, totalmente congestionado. Como a gasolina é quase de graça, todo mundo quer andar de carro ou de táxi (que também é barato). E você vê todo tipo de veículo, inclusive aqueles carros antigos caindo os pedaços. Levei uma hora para fazer os 25 km que separam as duas cidades. Dei uma olhadela nos navios e tirei uma foto em frente a Ilha de Usheria e pronto. Então, pude retomar a minha estrada. Caracas estava a uns 300 km.
Era quase meio dia quando cheguei em Caracas. Você lembra dos bolívares? Olha, eu só tinha alguns. Tive que entrar no centro de Caracas para trocar uns dólares. Ali, numa banca de frutas, conheci o Luiz, um representante comercial que conhece bem a América do Sul. Disse a ele que iria para a Colômbia pelo litoral Maracaybo e Santa Marta- ele recomendou-me que não fizesse este caminho, pois era muito perigoso, devido as FARCs, que proliferam na região de Medelin e Calli.
Eu já sabia disso, estudei bastante todos os detalhes. Mas ele foi insistente e me fez um mapa para ir por São Carlos e Cúcuta, ou seja, costar a Cordilheira Oriental. Esse era o maior problema: Cordilheira é sinônimo de grandes altitudes. Era o que eu mais precisava evitar. Mas ele foi muito incisivo e daí resolvi seguir o seu roteiro.
Naquele dia, às 21h, cheguei em São Carlos, terra de Hugo Chaves. Acordei ainda escuro com uma chuva intensa. Esperei meia hora, como a chuva persistia, resolvi sair assim mesmo. O relógio não espera ninguém. Às 17h estava em Cúcuta, divisa com a Colômbia. Lá também tem uma ponte. Só que não é igual a ponte da amizade em Foz do Iguaçu. Mas o movimento é muito intenso, tanto de carros como de pedestres. Esse é o caminho entre o Caribe e Bogotá.
Depois de alguns atropelos consegui pagar uma taxa para sair do país. Eu já havia pago uma taxa de 54 dólares no Consulado de São Paulo, taxa esta que a fiscal em Santa Helena me dissera que não deveria pagar. Mas tudo bem. Tive que correr atrás de mais bolívares. Precisava de 11 dólares convertidos em moeda local, para a tal taxa.
Depois de correr para lá e pra cá, consegui carimbar meu passaporte para sair da Venezuela. Agora, na aduana da Colômbia, carimbar o passaporte foi como tirar doce de criança: levei cinco minutos para entrar e sair do prédio. Precisava ligar para casa. Há dois dias não ligava para casa. Fazer ligação internacional nestes lugares é complicado. Só é possível em um posto de conexão.
Do outro lado, minha filha atendeu chorando. Em casa todos já pensavam no pior. Às 18h30 já estava na estrada em direção à Pamplona, a 2500 metros de altitude, onde passaria a noite. Cheguei nesta cidade às 20h30 já com problema na moto. Ela falhava bastante. Quanto mais eu acelerava mais ela falhava.
No centro da cidade, comecei a empurrar a moto pois ela não segurava ligada. Precisava de um lugar para passar a noite. Naquele dia rodei cinco horas sob forte chuva e grande variação climática. Fazia frio à noite. Encontrar um hotel barato também foi uma dificuldade.
Depois de empurrar a moto uns vinte minutos procurando o tal hotel, encontrei um casal que me informou onde eu poderia dormir sem gastar muito. Eu procurava uma pensão, que na Colômbia, é conhecida como residência. Depois de acertar com a dona da pensão, fui procurar um lugar para guardar a moto. De volta à pensão, ao entrar no quarto, descobri que o chuveiro era frio.
A temperatura era de uns 15. Levantei cedo e fui procurar um mecânico para arrumar a moto. Esperei mais de duas horas pelo mecânico. Mexe aqui e ali e pronto. Subi na moto e voltei à estrada. Minha próxima parada seria Bucaramanga, a 3500 metros de altitude. Ledo engano: a moto resistiu a altitude. Começou a engasgar de novo. Quanto mais eu acelerava mais ela falhava.
Voltei ao mecânico em Pamplona. Ele revisou o serviço e saiu para testar a moto num ponto bem alto da cidade. Voltou com a resposta que eu já imaginava: é melhor você voltar, pode ser problema com a altitude, disse o mecânico. Fiquei transtornado. Não queria voltar, depois de percorrer 11000km em dezesseis dias.
O mecânico percebeu meu desalento e resolveu colocar fogo no problema. Chamou uns amigos que eram do exército. Eles vieram para me convencer a desistir de seguir aquele caminho. Volte, disseram eles. Tem muitos perigos nessas estradas.
Mesmo sendo um lugar desmilitarizado havia muito perigo. Como eu estava relutante, eles perguntaram: você tem família? Respondi afirmativamente. Ao que eles disseram: então você tem muita coisa a perder, é melhor voltar. Depois de muita conversa, tomei a decisão que parecia inevitável. Resolvi voltar em direção a Manaus.
Era só descer a cordilheira. Não tinha como ir para Medelin de onde eu estava, também havia mais de 1500 km para percorrer em grandes altitudes. Era difícil e muito arriscado. Já imaginou se desse um problema mais sério no meio das cordilheiras? Ali, no meio do nada, eu teria grandes dificuldades para solucionar o problema, ainda mais que a grana era curta. Diante desses percalços comecei o caminho de volta. Confesso que desci a cordilheira com lagrimas nos olhos.
Antes de chegar em Manaus perguntei a vários policiais federais se havia como eu chegar em Porto Velho pela BR 319, a Manaus Porto Velho. Só consegui a informação certa quando cheguei ao Porto de Manaus. Ninguém sabia me informar sobre as condições dessa estrada. Até que, no porto, um policial federal me disse que era impossível trafegar nesta estrada em época de chuva, se é que se pode chamar isso de estrada. São mais de 500 km de terra, lama, buraco, rios sem pontes e todo perigo inerente a uma floresta do porte da amazônica. Fiquei muito chateado. Seria a oportunidade de percorrer 20000 km em 30 dias.
A solução foi colocar a moto numa cegonha que viria para o Parque Novo Mundo, aqui em São Paulo. Eu tive que voltar de avião. Cheguei no outro dia. A moto catorze dias depois. O caminhão veio de barco pelo rios Amazonas e Madeira até Humaitá em oito dias.
Aqui está um pouco de tudo o que passei nesta rápida aventura. Provavelmente em agosto próximo sairei para uma outra aventura. Contornar toda a América do Sul em 30 dias e com a mesma moto. Tenho um projeto mais ambicioso que é fazer a Travessia Pan-americana do Alasca à Patagônia em 30 dias, também com uma moto 125cc, isto para entrar no Guinnes. São 23000 km. Uma missão quase impossível e busco patrocínio para ela. Logo mais espero trazer novas notícias para vocês. Um abraço!
Este texto foi escrito por: Manuel de Carvalho