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De volta ao Brasil, Felipinho conta como foi o Mundial Juvenil de Dificuldade

Redação Webventure/ Montanhismo

Estrutura montada para as provas (foto: Arquivo pessoal)
Estrutura montada para as provas (foto: Arquivo pessoal)

O brasileiro Felipe Camargo, o Felipinho, acaba de voltar ao Brasil depois de participar do Campeonato Mundial Juvenil de Dificuldade, onde conquistou a 11ª colocação. A competição aconteceu em Ibarra, no Equador, e contou com a presença de 47 atletas. O vencedor do torneio foi o austríaco Jakob Schubert, seguido por seu compatriota Mario Lechner. Thomas Tauporn, da Alemanha, terminou em terceiro. Acompanhe abaixo a entrevista que o brasileiro deu ao Webventure:

Webventure – O que você achou do nível dos atletas?
Felipe Camargo
– Deu para perceber que o nível do pessoal está bem alto, mas que não estamos tão longe assim. Os cinco primeiros estão um pouco longe dos demais, mas pude escalar com alguns destes cinco e ver que o nível não é tão distante assim.

Como foi competir com grandes nomes da escalada juvenil, como Eric Lopez?
Competir com as feras como Eric Lopez, Martin Stranik e Jakob Schubert foi uma experiência incrível. São escaladores muito bons e com estilos bem diferentes. Deu para ver que, apesar serem muito bons, eles também erram, como foi o caso do Lopez.

O que ele errou?
Um passo meio óbvio, na minha opinião, em que tinha que trocar de mão. Ele tentou pular uma agarra para não ter que trocar de mão e acabou caindo.

Pelo fato de ser seu primeiro Mundial, você se sentiu apreensivo ou conseguiu ficar tranqüilo?
Consegui ficar calmo. Não estava me cobrando muito, já que era meu primeiro Mundial. E também procurei pensar que quem tinha a responsabilidade ali eram eles, os europeus, que viajam para todos os Mundiais e Copas do Mundo de graça.

Eles viajam de graça por causa dos patrocinadores? E você, como fez para arrecadar dinheiro para competir?
A maioria viaja por conta das federações, não precisam nem usar o dinheiro dos patrocinadores para isso. Eu consegui ir graças ao patrocínio da Snake e da ajuda do Kesler (Jamal), dono da Academia Altitude, onde treino.

O que você achou da estrutura do campeonato e das vias (graus e qualidade)?
O muro era simples mas bem legal. As vias estavam boas, com exceção das semi-finais, que não agradaram a ninguém. Mas as classificatórias e as finais estavam bem legais, longas e de resistência.

Quais eram os graus das vias
Classificatória 1: 9A
Classificatória 2: 9C
Semi-finais: 10C/11A
Final: 10B/C

Como foi seu desempenho nas provas?
Achei a primeira classificatória fácil, um 9A. Tiveram cerca de 23 tops, o que é raro em Mundiais. A segunda classificatória estava bem mais difícil, cotada em 9C, com apenas quatro tops. Escalei até o fim, não agüentava mais, e toquei o top da via.

E a semifinal?
A semifinal foi muito difícil e ninguém estava conseguindo alcançar a sexta costura. Eu cai, de bobeira, em um movimento delicado, para um reglete, e acabei ficando em 11º. Fiquei um pouco decepcionado com o erro, pois sei que poderia ir mais longe.

O que você achou do seu desempenho na competição?
Gostei bastante, mas fiquei um pouco decepcionado pelo erro na semifinal. Mas fiquei bem contente pelo resultado nas classificatórias, onde escalei tudo o que pude e passei em 5º lugar.

Como tem sido sua preparação para essas provas internacionais?
Esse ano estou treinando muito forte, me dedicando muito e seguindo uma rotina de treinos bem forte. Mas, com certeza, está valendo a pena.

Qual será seu próximo campeonato?
Vou para o Mundial profissional ainda neste mês, junto com André Berezoski (Belezinha), César Grosso e Janine Cardoso. As provas serão em Avilés, na Espanha.

Quais suas expectativas para essa prova?
Vou tentar dar o meu melhor, além de conhecer os Campeonatos Mundiais Master.

Este texto foi escrito por: Gabriel Barbosa e Thiago Padovanni

Last modified: setembro 4, 2007

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