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Dedicação e aprendizado no cotidiano da equipe de apoio do Ecomotion/ Pro


Herman na transição com Fábio Batista da SOS (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)

Direto de Viçosa do Ceará (CE) – Arrumar as roupas, separar equipamentos, fazer a comida, comprar isotônicos, verificar se tem frutas suficiente, providenciar refeições em restaurantes próximos, arrumar as bikes, viajar centenas de quilômetros com o carro abarrotado de coisas e ainda cuidar dos atletas quando eles chegam nas áreas de transição. Quem pensa que ser apoio de equipe em corrida de aventura é fácil, não sabe como é de perto essa realidade. E ainda há quem deixe de ser atleta ou estar no staff da prova para fazer isso pelos outros.

É o que acontece no Mundial de Corrida de Aventura, o Ecomotion/ Pro, com Alexandre Carrijo, organizador do Brasília Multisport e atleta da equipe Oskalunga, que hoje é cuidada por ele nas transições pelo Ceará, Piauí e Maranhão, por onde a prova passa.

“Vida de apoio tem dois lados: o lado do trabalho e da privação de sono, que nós também temos, e o lado do aprendizado sobre a sua equipe, da equipe do vizinho, da equipe do outro país”, contou Carrijo. “É legal ver também o Ecomotion ‘por trás das cortinas’, como ele se realiza. Isso é um aprendizado para o Brasília Multisport”.

E o aprendizado sobre a Oskalunga começou rápido. Nas primeiras transições, Carrijo disse que já pode perceber a questão comportamental deles. “Eles são muito agressivos e impetuosos quando chegam no apoio. Um pouco de calma e lucidez seja bom para a equipe. Vamos tentar vibrar isso para eles na próxima área de transição”, contou sobre o quarteto formado por Guilherme Pahl, Frederico Gall, Camila Nicolau e Bárbara Bomfim.

Amor às corridas – Herman Milichman é figura presente e muito conhecida em todas as grandes corridas de aventura. Paramédico, ele tatuou no antebraço a frase “Eu amo corrida de aventura” e com isso demonstra facilmente seu envolvimento com o esporte.

Mas no Mundial, Herman mudou de posição. Deixou o carro da equipe médica e assumiu sua posição na equipe de apoio da Motorola SOS Mata Atlântica. “Isso que estou fazendo é um projeto iniciado em maio com o Zé Pupo (capitão). Unimos nossas forças para fazer com que eles estivessem sempre entre o pelotão das dez primeiras equipes na prova”, explicou.

E a ajuda de Herman é resultado da união de sua experiência na parte médica, psicológica, estratégica e culinária. “O atleta precisa encontrar no apoio a estrutura próxima do que ele tem em casa, por isso a culinária é muito importante. Foi legal eu ter esse tempo para desenvolver minha estratégia para o Mundial”, disse.

Além do desgaste natural causado pela privação de sono, alimentação algumas vezes restrita e muitas viagens, para o paramédico o maior desgaste é não estar na equipe organizadora da prova e não ter acesso ao rádio de comunicação, que passa informações frequentes sobre todas as equipes. “Eu sempre sei de tudo o que está acontecendo, onde estão as equipes, e isso é muito difícil de administrar. Eu fico impaciente, tenho que ficar passando nos postos de controle para buscar informações. Minha maior dificuldade é não ter informação”.

Mas as recompensas são grandes, e para Herman a felicidade é ver os atletas da SOS Mata Atlântica na ponta da prova. “É muito bom ajudar pessoas que são fora do limite do ser humano. Ver que consegui realizar o sonho de uma pessoa que treinou muito durante o ano todo, teve dificuldades. Minha maior recompensa será vê-los com a camisa ‘Eu Sobrevivi’”, disse emocionado.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi