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Deficiente físico de 63 anos completa o Big Biker após 4 horas


Alá não perdeu o pique após a prova (foto: Bruna Didario/ www.webventure.com.br)

Um exemplo de vida tomou a pista do Big Biker Cup 2008. Aos 63 anos e participante da categoria Sport Especial, Alarico Alves de Moura, o Alá, tem muita história para contar no mundo do ciclismo e também de experiências próprias.

O atleta começou a pedalar por conta de um acidente que o deixou por dois anos hospitalizado e foi obrigado a amputar a perna esquerda. Ele conta que durante esse período, todos os conselhos médicos para sua recuperação eram voltados para atividades físicas. “Em 1984 aprendi a me equilibrar em uma bicicleta e não parei mais. Montei uma bicicleta adaptada para o mountain bike em no final dos anos 80. Em 1994 eu me federei e ganhei todas as etapas do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro”, contou o atleta que é pentacampeão de ciclismo do Rio. Alá lidera mais dois campeonatos: de maratona e cross-country olímpico.

Apesar das dificuldades de 27 anos atrás, o atleta não desistiu e seguiu no ciclismo. “Eu pedalo há 27 anos e imagina como era antigamente? Muita dificuldade, falta de infra-estrutura, patrocínio. Mas agora está andando devagarzinho”, declarou.

No Big Biker – Querido por muitos atletas por sua força de vontade e astral, Alá que não gosta de ser chamado de senhor adota o visual moderno: piercing, barbicha, alargadores nas orelhas e tatuagens. Durante a prova, a seriedade do atleta foi visível nos primeiros metros, concentrado para o desafio.

“Espero não morrer!”, era o pedido de Alá antes de iniciar a prova. A expectativa era grande que ele acabou confessando que ainda sente dor de barriga e frio na espinha antes de competir. Mas, ao chegar no final, após 4h49min43, foi recebido com uma salva de palmas dos presentes. “Foi muita loucura, muito legal. Não tem palavras para descrever a dimensão da sensação de quando chegamos. Independente de colocação!”, declarou o atleta.

Sobre a prova, Alarico contou que a principal dificuldade foi a primeira subida da prova. “Com uma perna para esquentar foi muito difícil. Perdi posição para o pessoal da minha categoria. Aqueço só no meio da corrida. Impus um ritmo e cheguei na frente de um competidor de outra categoria”, conta o atleta.

Alarico garante que não se importou com a colocação no Big Biker ele acabou na quarta colocação da categoria Sport Especial. “O Big Biker é fantástico, uma prova legal com todas as dificuldades. Até na minha condição eu acredito que estou me superando. Ano passado ganhei na minha categoria, esse ano tem uma galera brigando comigo. Mas isso não me importa muito. Esse encontro aqui é fantástico, é o que vale”, finalizou.

Este texto foi escrito por: Bruna Didario