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Deficientes disputam mountain bike à noite

Redação Webventure/ Parceiros

São Paulo – Em junho de 1999, Juliano Florence, de São José dos Campos (SP), chegou a acreditar que o sonho de ser um grande ciclista tinha terminado numa prova em Visconde de Mauá, interior do Rio de Janeiro. Durante treino para a final do Campeonato Brasileiro de Down Hill (descida de montanha), ele bateu de frente em um paredão e fraturou o pulso e o fêmur esquerdos. Do pulso ele conseguiu se recuperar, mas as seqüelas no fêmur ficaram. Foram quase dois anos de fisioterapia e uso de aparelhos, sem sucesso. Hoje, Juliano caminha com dificuldade, não consegue dobrar a perna esquerda, mas, quem diria, continua desafiando trilhas em cima de sua bicicleta.

Uma história parecida aconteceu com João Legaspe, de Campinas, também no interior paulista. Em 1990 ele sofreu um acidente de moto e teve que amputar a parte inferior da perna esquerda. Ele colocou prótese e ficou três anos fora das competições. Depois da luta para superar a dor física e psicológica, o ciclista decidiu vencer as limitações e colocar novamente o pé na estrada.

No próximo dia 24 de agosto, João e Juliano vão disputar o Desafio Noturno de Mountain Bike, prova válida pela segunda etapa da Supercopa Reebok Power Bar, a partir das 20 horas na cidade de Caconde, interior de São Paulo. Serão 36 quilômetros por estradas e trilhas de terra. “Hoje não tenho mais a agilidade e a força de antes porque pedalo só com uma perna, mas a experiência que ganhei na modalidade down hill antes do acidente me trouxe algumas vantagens. O down hill é arriscado, de muita velocidade, e exige técnica. Aproveito tudo o que aprendi para ganhar a frente nas descidas durante as provas de cross country das quais passei a fazer parte no ano passado, mesmo sem poder arriscar tanto”, diz Juliano.

João não tem a experiência no down hill, mas diferente do amigo, consegue participar das provas utilizando as duas pernas. “Sei que perdi 30 por cento de minha capacidade física com o uso da prótese, mas me considero um adversário difícil para o Juliano”, diz ele. Além de atletas, os dois ciclistas dividem o tempo entre os treinos e a carreira de empresário. Juliano é dono de uma loja de bicicletas em São José dos Campos e, João, de uma estamparia em Campinas. Enquanto Juliano tem sonho participar de uma paraolimpíada, João espera uma profissionalização cada vez maior do mountain bike.

Principais conquistas

Juliano Florence
1995: Campeão Paulista de down hill
1996: Vice-campeão paulista de down hill
1996: Vice-campeão paulista de slanon
2002: Vice-campeão na Supercopa Reebok Power Bike, categoria especial

João Legaspe
2000: Quarto lugar na Copa DirecTV de Mountain Bike, categoria Master
2002: Campeão da Supercopa Reebok Power Bar, categoria especial
2002: Campeão da Copa Caloi de Mountain Bike, categoriaespecial

A premiação da Supercopa Reebok Power Bar é a maior do país. O primeiro colocado irá receber R$ 600,00, contra R$ 250,00 do vencedor da categoria Elite do Campeonato Brasileiro de Mountain Bike. A Supercopa, ao contrário de muitos eventos esportivos ao redor do mundo, paga o mesmo prêmio em dinheiro para homens e mulheres.

PREMIAÇÃO
1° – R$ 600,00
2º – R$ 400,00
3º – R$ 300,00
4º – R$ 200,00
5º – R$ 100,00

A Supercopa Reebok Power Bar de Mountain Bike tem patrocínio da Reebok e da Power Bar. O apoio é da Caloi, Rudy Project, By Roupas Esportivas, Revista Bicisport, Expressweb e Prefeitura Municipal de Caconde.

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Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro

Last modified: agosto 21, 2002

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