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Depois da desclassificação no Pan, dupla do Hobie Cat 16 anuncia abandono da classe

Redação Webventure/ Vela

Dupla não se conforma com a desclassificação (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Dupla não se conforma com a desclassificação (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)

Direto do Rio de Janeiro (RJ) – Profundamente chateado e abalado com a desclassificação dos Jogos Pan-americanos, o velejador brasileiro Bernardo Ardnt anunciou sua saída da classe Hobie Cat 16. “Estávamos muito bem e agora não temos mais planos”, comentou. Para ele, a decisão foi injusta e premeditada pelos outros competidores. “Esperaram o campeonato chegar em um ponto que não tinha mais volta, onde estávamos matematicamente com a medalha de ouro, e então entraram com o protesto.”

A desclassificação foi por conta de peça que estava fora dos padrões, uma roldana usada para subir a vela em terra. “Ela é maior e mais pesada do que o modelo que os outros competidores estão usando. No mar, ela não é utilizada. Apenas em terra, onde podemos levar uma hora para subir a vela, se quisermos”, comentou Bernardo.

Dois dias antes do início das competições, todos os barcos foram checados pelos responsáveis da organização. “Eles se esquivaram, dizendo que a medição era uma checagem, e não de fato uma medição. E eles não podiam se responsabilizar por tudo. Tivemos o barco aprovado na ocasião”, afirmou Bernardo.

Segundo Alexander Armin, chefe da medição responsável pela vistoria nos barcos, “a lista de itens é muito extensa e essa peça pode ter passado despercebida. Os outros competidores estão no direito de protestar”. Segundo ele, as regras para o Hobie Cat 16 dizem que as peças devem ser de fibra de carbono, e não de alumínio, como a roldana utilizada pelos brasileiros.

Bernardo se defende afirmando: “minha peça era visual, muito clara de ser avistada. Estávamos sendo visados desde o início, por causa da velocidade e performance. É impossível que não tivessem visto antes”, comentou.

O julgamento – Na tarde de ontem (27), cinco embarcações entraram com protesto contra a dupla brasileira pedindo a exclusão da competição. Bernardo e Bruno entraram com recurso, que foi indeferido nesta manhã, os tirando da disputa pelo ouro.

“Não foi nem um julgamento, foi uma agressão. Em nenhum momento o júri fez perguntas para os protestados, questionando a má fé deles, o porquê daquilo. Todas as perguntas foram feitas para mim, acusatoriamente desde o começo. Foi terrivelmente parcial e a ausência de juízes brasileiros fez falta lá”, desabafou Bernardo.

Segundo o brasileiro, o bom rendimento do barco e a vantagem na classificação se deram por ajustes que fizeram dentro do regulamento e que ninguém mais tinha. “Com ajustes revolucionários no barco tínhamos vantagem.”

Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni

Last modified: julho 28, 2007

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