Perna de caiaque tirou Cavalera da competição (foto: Alexandre Cappi)
Ivone Costa e Alan Kardec são caseiros da fazenda Croatá e nunca tinham ouvido falar de uma corrida de aventura. Na madrugada deste domingo, contudo, eles viram as terras onde moram, no município de São João da Aliança, a 48 quilômetros de Alto Paraíso, serem invadidas pelos 144 atletas do Ecomotion/Pro 2012, para a largada da prova.
Quando se depararam com mais de uma centena de estranhos andando de um lado para o outro, pedindo para tomar café e usar o banheiro, os locais nem se incomodaram. É bom demais, o pessoal é muito educado, definiu Alan, com uma simplicidade cordial, típica do interior de Goiás.
Todo o pessoal envolvido na prova, entre corredores, equipes de apoio, organização e imprensa, saiu de Alto Paraíso às 3h30 da manhã e chegou no local em pouco menos de uma hora.
Enquanto saiam os primeiros raios de sol, os participantes da prova foram agrupados em uma colina no meio do pasto da Croatá. O dia nem chegou a se iluminar por completo, e assim que o relógio marcou 6h30, foi dada a largada.
O primeiro trecho contou 4 quilômetros de trekking com difícil navegação, mais 1,8 quilômetros a pé para a troca de modalidade. Segundo a organização, foi a primeira vez que uma corrida de aventura brasileira começou com orientação.
A ideia era que esse primeiro desafio separasse um pouco as equipes, para que não chegassem todos juntos na entrada do rio, mas não foi exatamente o que aconteceu, pois a perna foi simples e se formou um trânsito razoável.
A primeira parte da prova foi bem fácil, fizemos correndo, contou Carla Goulard, da equipe Advogado Aventureiro. Marcelo Henrique, da Quatro por Quatro, corroborou: Essa primeira etapa foi tranquila, só um dos pontos de referência que estava meio escondido.
O que se viu foi a grande parte dos corredores chegando juntos na transição para os ducks. Os primeiros foram os membros da Columbia Vidaraid, que entraram na água às 7h. Eles foram seguidos de perto pela Greens Brasília Multisport, e depois pela Cosa Nostra.
Em cerca de 15 minutos, 20 equipes já tinham ido para o rio, sendo que muitas delas nem colocaram o assento na embarcação para economizar tempo.
Reviravolta. O que começou fácil, logo mudou de figura. Após 53 quilômetros na água, os competidores deveriam andar mais 25,4 quilômetros, para chegar em uma transição de bikes com apoio.
Esperava-se que isso acontecesse às 15h, mas com duas belas chuvas ao longo do dia, a primeira equipe só chegou às 19h30. Foi novamente a Columbia Vidaraid. Nesse meio tempo, Caco Alzugaray, da Cavalera, torceu o joelho nas corredeiras e, pela impossibilidade de continuar, seu time deixou a prova.
Segundo Said Aiach, sete barcos furaram no rio. A equipe Greens Brasília Multisport, por exemplo, teve que ficar com três atletas em um caiaque e o quarto levou sozinho a embarcação avariada.
Às 20h10 chegaram mais quatro equipes na transição para as bikes. Primeiro veio a EMA Brasil Canoar, seguida de QuasarLontra, Gantuá Millennium e Unimed Rio Terra de Gigantes.
Entre as equipes de apoio rolam boatos não confirmados de que um corredor chegou a quebrar uma costela e outro cortou o supercílio.
Ao longo da noite, as equipes devem percorrer 30 quilômetros na bike e, após um posto de controle dentro de Alto Paraíso, seguem para mais 42 quilômetros de trekking.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, direto de Alto Paraíso (GO)
Last modified: maio 13, 2012