Spalhafatosas chamaram a atenção com visual inusitado (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Quem esteve na primeira etapa da Copa Noth de Enduro a Pé, que aconteceu no último domingo (17), na Serra do Japí, em Jundiaí (SP), uma coisa não passou desapercebida: um grupo de seis mulheres vestidas de camiseta rosa com um escrito bem grande no meio Spalhafatosas. E não era só a camiseta que era rosa, os acessórios como brincos, pulseiras, maquiagem e até as meias eram da mesma cor.
Maria Luisa Martarello, Ana Carolina Santana, Adriana Santana, Viviani Erdmann, Mônica Paiva e Cláudia Stavale foram desafiadas por maridos e amigos, participantes da equipe Lasca de Madeira, para completarem a prova em meio às dificuldades entre a mata. Os homens sempre fazem as provas de trekking e a gente ficou com vontade de ver como era, disse Viviani, que logo foi interrompida por Maria Luisa. Não é isso. Eles nos desafiaram e disseram que nós não seríamos capazes de terminar a prova e nem de decifrar a planilha. Então a gente aceitou o desafio e nos preparamos assim, todas de rosa, explicou a participante. Mas eles estão com muita vergonha da gente porque estamos todas de cor de rosa, com esse spalhafatosa bem grande e nos deixaram aqui no cantinho, completou Adriana.
Mas independente de tudo o astral é muito bom, o clima é legal e o desafio é muito gostoso porque todas trabalhamos com crianças em escola, nosso grupo é formado por professoras, coordenadora, diretora, então isso será um grande incentivo para o nosso trabalho, pois é uma prova que exige liderança, desafio e isso encaixa com a nossa vida profissional, arrematou Maria Luisa.
A preparação contou, em partes, com a ajuda e experiência da ala masculina. A gente acordou essa manhã, tomamos um banho, passamos óleo no corpo, escolhemos nossos acessórios e viemos para a prova, brincou Viviani. Mas também nos preparamos com a ajuda deles, que foram super legais com a gente. Na quinta-feira a gente se reuniu para uma pizza e uma cerveja e eles deram uma aula de como a gente teria que fazer com as planilhas, como nos orientávamos com a bússola, mas eles foram legais assim porque eles não estão acreditando na gente, explicou Maria Luisa, que em coro com as outras cinco amigas prometeu participar de todas as etapas que puderem. Vamos até o fim, disseram.
Explicação Masculina – Juntos há dois anos, Fernando Paiva, Tony Hesselbarth, Gustavo Hesselbarth, Edílson Paiva e Célio de Paiva, da equipe Lasca de Madeira, tiraram o corpo fora quando questionados sobre o desafio lançado às mulheres. Não falamos que elas não seriam capazes de completar a prova, mas sim que elas têm muito o que aprender, disse Edílson. Com certeza elas vão fazer tudo certinho. A gente confia muito nelas, completou. Até porque a gente vai largar atrás delas e qualquer coisa a gente vai empurrando, brincou Tony explicando que a largada das Spalhafatosas seria às 12h19 e a deles às 12h25.
Se elas atolarem a gente desatola, finalizou Edílson rindo e dizendo que tudo não passa de uma brincadeira.
As duas equipes, Spalhafatosas e Lasca de Madeira, disputaram pela categoria Trekkers, e a surpresa veio com o resultado final da prova. Enquanto os homens terminaram em 81º lugar, com 4125 pontos perdidos, as mulheres fizeram a sua estréia com 3419 pontos e a 74º colocação. Sorte de iniciante. Ou não.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi