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Descobrindo a Amazônia com canoa, bike e pernas

Redação Webventure/ Biking, Expedições, Montanhismo, Outros, Trekking

Nada de navegação e caravelas. Depois de 500 anos, canoagem, trekking, off road e biking serão os instrumentos usados para descobrir os caminhos de uma região ainda pouco conhecida no Brasil: a Amazônia. Este é objetivo da expedição “Cupari, Cidade dos Deuses – as trilhas perdidas da Amazônia”, que parte hoje de Santarém (PA). No total, 37 pessoas entre canoístas nativos e o campeão olímpico de vôlei, Paulão, representante do Ministério Esporte e Turismo, vão percorrer 86 km do rio Cupari, cidades ribeirinhas e o Parque Nacional do Tapajós.

A canoagem é a modalidade que terá maior ênfase na viagem de 17 dias. “Nosso objetivo é mapaear as ‘ecovias’ da Amazônia; ou seja, as trilhas e principalmente os caminhos pela água que possam ser usados por turistas e interessados sem impacto no meio ambiente”, explica o coordenador da expedição, Rômulo Sampaio, presidente da Federação de Canoagem do Pará e membro do comitê de eco-canoagem e turismo da Confederação Brasileira. “Queremos mostrar que a canoagem tem um potencial muito maior do que simplesmente esportivo. Não é só remar para ganhar medalha.”

Na primeira fase da aventura, os canoístas vão remar pelo Cupari, que margeia a floresta nacional doTapajós. “Logo de cara teremos quatro cachoeiras e correnteza bastante forte”, conta Rômulo. “Nesta mesma região vamos procurar algumas cavernas que ninguém explorou ainda. Em algumas delas existe uma reação química que faz com que a luz da lanterna se apague. Vamos usar outro tipo de material e quem sabe não encontremos até alguns sinais de ocupação primitiva nelas.”

Onde o GPS enlouquece

E seguida, de volta a Santarém, a equipe encara um trekking no Vale do Paraíso. “Vamos andar na mata fechada, em trilhas que foram levantadas há um ano e meio”, explica. Em Cidade dos Deuses, o meio de transporte será a bike. “Esse é o lugar em que o GPS roda, roda sem parar”, destaca Rômulo. Ainda no Paraíso, haverá cavalgada para subir até Serra da Lua eMonte Alegre, onde havia uma mina de urânio explorada por americanos, um dos lugares com maior índice de radioativade – e de vítimas do câncer provocado pela mesma – no Brasil. “Na Lua também existem inscrições rupestres e foram encontradas pontas de flecha que botaram abaixo a teoria de ocupação da Amazônia.

Os aventureiros terão companhia especial. Fazem parte do grupo um cão husky siberiano e o estudante Felipe Sampaio, de 11 anos, filho de Rômulo. “Ele nasceu fazendo viagens pela região. Com 3 anos, rodou a Ilha de Marajó comigo”, orgulha-se o pai.

A expedição termina no dia 2 de setembro, em Santarém, para onde os viajantes retornam de Pau de Arara, o tradicional caminhão que leva os bóias-frias na região Norte-Nordeste.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: agosto 25, 1999

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