A organização vai fornecer sit-on-tops a R$ 100 aos atletas interessados (foto: Yvan Freitas Cunha)
Para alguns, o sertão nordestino ainda é visto como uma região árida e hostil, sem grandes atrativos. Mostrando que essa concepção está atrasada, a Bahia Maratona de Canoagem chega à terceira edição, promovendo uma disputa a remo nos cânions do Rio São Francisco, em pleno agreste.
A prova acontece no dia 21 de janeiro de 2012, com largada ao lado de uma barragem da Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (Chesf), no município de Paulo Afonso. As inscrições já podem ser feitas pelo próprio Webventure, clicando aqui.
Haverá dois tipos de roteiros: uma maratona de 55 quilômetros e um roteiro de turismo com 8 quilômetros. A maratona poderá ser disputada em caiaques sit-on-top (abertos), com duplas masculinas, femininas e mistas. Também haverá as categorias caiaque masculino individual e canoas oceânicas solo e duplas, ambas somente com equipamentos homologados pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA).
Já na turismo, também haverá os sit-on-top, solo ou duplas. E entre as embarcações homologadas pela CBCA, poderá haver canoas individuais masculino e feminino, além de canoa dupla masculina. Entre as novidades, pranchas de stand-up paddle passam a compor o grid de largada, na categoria embarcações livres, que podem ser feitas com qualquer objeto capaz de completar o percurso.
Conversamos com Harald Adam, o Alemão, organizador da prova, que contou detalhes sobre o evento.
Você pode adiantar como será o percurso?
A prova é simples no trajeto. A largada das duas categorias (maratona e turismo) será ao mesmo tempo, na barragem da Chesf. Neste lugar, o rio é cercado por altos paredões, de cerca de 30 metros. O trajeto passa por baixo da ponte de Paulo Afonso. Ali, a correnteza é moderada, por causa da saída de água das turbinas. Porém, mais à frente, o fluxo de água perde força, seguindo em direção à barragem de Xingó, que é uma represa.
O rio São Francisco é todo recortado por vários cânions. A chegada da turismo será em uma dessas entradas, chamada de Cânion do Rio do Sal, onde existe um ancoradouro turístico. A prova continua para os que forem fazer os 55 quilômetros. Este pessoal segue até a Ilha de Ninguém, na divisa entre Bahia, Sergipe e Alagoas, faz a volta, e retorna para a chegada da turismo.
Como será a logística da prova com relação aos caiaques?
Estamos disponibilizando 60 caiaques sit-on-top para os atletas que não tiverem embarcação. Este é um modelo muito comum em provas de aventura, feito de plástico injetado. Mas, todos que tiverem embarcação própria podem usar. No dia 14 [de janeiro] sai de São Paulo um caminhão que irá transportar as embarcações para os atletas interessados, pelo custo de R$ 100.
Como funciona para as embarcações livres?
Vale qualquer uma que tenha condições de terminar o trecho de 8 quilômetros. Se o cara quiser ir com uma bananeira, ele pode. Se a pessoa quiser inventar alguma coisa, está valendo.
Qual o perfil dos atletas participantes?
Já têm atletas federados que irão participar, como o Jefferson Lacerda, presidente da Federação Baiana de Canoagem. A Bahia é um grande celeiro do esporte e ele vai com vários canoístas. Também vai o Fernando Fernandes, campeão mundial paraolímpico. O pessoal da corrida de aventura, como a Talita Lazzuri [da equipe AKSA] também está confirmando.
Você é organizador da corrida de aventura Brasil Wild. Por que resolveu montar uma prova de canoagem?
A Maratona de Canoagem nasceu da Brasil Wild Extreme, que foi em Paulo Afonso, em 2008. Essa canoagem era uma perna da prova. Como foi uma coisa fantástica, e surgiu uma oportunidade junto à prefeitura e ao governo do estado, a gente refez essa perna focando, agora em parceria com a CBCA . Também é uma forma de levar as pessoas para conhecerem lugares exóticos, que não se visitaria normalmente.
Alguma outra curiosidade sobre a prova?
A novidade desse ano é que terá a categoria de stand-up paddle, com apoio da associação brasileira da modalidade. Isso é muito legal, pois é uma modalidade que está na moda, mas veio para ficar. É inusitado também ter SUP no São Francisco. Inclusive teve um cara de Brasília, o Gabriel Tavares, que me ligou, pois quer fazer os 55 quilômetros de SUP. Ele quer usar essa prova como treino para outra competição no Havaí.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi
Last modified: dezembro 16, 2011