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“Deus deixou o entulho do mundo no Marrocos”, diz Klever

Goulimine (Marrocos) – “Deus, quando fez o mundo, deve ter deixado o entulho aqui no Marrocos”. Assim o piloto Klever Kolberg, da equipe BR Lubrax, definiu a sexta etapa especial do rali Paris-Dakar, entre Ouarzazate e Goulimine, no Marrocos, com 608 quilômetros, sendo 305 cronometrados. O trecho tinha pedra em excesso, muita terra e poeira de sobra.

Para dificultar ainda mais a prova de Kolberg, ele largou atrás de um caminhão Kamaz’, líder da categoria. “O piloto Kabirov não me dava passagem e fiquei boa parte do tempo atrás dos russos. Para piorar, a minha janela cedeu e ficou totalmente aberta. Comi poeira por quase 300 quilômetros. Mas quem mais sofreu foi meu navegador, o Bruno Cattarelli. Toda hora ele precisava limpar os óculos porque não enxergava nada”, contou o líder da categoria T2 para carros com motores a diesel.

“Neste sábado, paguei todos os pecados que cometi no ano passado”, reclamou Kolberg. Numa das tentativas de ultrapassagem, ele bateu em uma pedra e teve um dos pneus de seu Mitsubishi Pajero furado. “Nosso dia foi horrível”.

Ao contrário do acampamento da organização, montado no aeroporto de Goulimine, onde chegou a chuviscar durante todo o dia, não havia vento no trecho da especial de hoje. “A poeira levantava e não dispersava com a falta do movimento do ar. Formava uma nuvem imensa”, contou Klever Kolberg.

Este texto foi escrito por: Ricardo Ribeiro