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Dia Mundial do Meio Ambiente: a cooperação é de todos


É necessário conscientizar para saber preservar a natureza (foto: Fernanda Preto)

por Cristina Degani

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado no dia 5 de junho. Mas a Semana do Meio Ambiente é mais um bom motivo para falarmos do assunto e da consciência verde a semana toda. A data, simbólica para que todos nós habitantes deste planeta azul e cada vez menos verdinho, nos faz relembrar o quanto é importante e prioritária a preservação, conservação e recuperação do ambiente natural, assim como a conscientização e divulgação de ações de educação ambiental.

Comemorado com várias ações e eventos, esse dia é aproveitado em todo o mundo para chamar a atenção política para os problemas e para a necessidade urgente de ações ambientais. O Webventure acredita que se todos prestarmos mais atenção no consumo de recursos naturais e reduzirmos essa conta, e também conseguirmos nos adequar às regras de mínimo impacto, com ênfase na ecologia, podemos tentar fazer um mundo melhor para nossos descendentes.

Mas em 2004, já temos muitas empresas, pessoas, organizações não-governamentais e entidades governamentais que se preocupam com isso. Nossa reportagem foi atrás de alguns projetos e programas de sucesso que deram certo e continuam dando certo para a preservação do meio ambiente. Alguns deles são grandes, conhecidos internacionalmente, como o projeto Tamar. Mas até mesmo o Tamar Tartarugas Marinhas começou pequeno.

Fazer a nossa parte – Outros programas de consciência ambiental ainda engatinham, mas prometem crescer muito e serem jovens saudáveis, como o Adote uma Montanha, uma iniciativa de montanhistas ligados à Federação de Montanhistas do Estado de São Paulo. As marcas do setor de esportes de aventura, que produzem equipamentos, roupas, calçados e acessórios, aos poucos entendem que devem devolver um pouco de seu lucro como investimento naquilo que seus consumidores acreditam: no turismo e esportes de natureza, na realização deles e na continuação da prática deles por várias décadas.

A pergunta é: será que nós mesmos vamos destruir aquilo que adoramos porque não sabemos usar? Se a pergunta está difícil, a recomendação é que você leia esta reportagem especial sobre como pequenas ações podem salvar espécies, ecossistemas e melhorar o relacionamento com comunidades locais. E você? Está fazendo a sua parte? Conte para a gente o que você pensa sobre Meio Ambiente, Ecologia e Mínimo Impacto e ajude a escrever uma parte da história da conservação da Natureza.

”Conservar não significa manter áreas naturais intocadas, sem a presença de pessoas. O segredo é harmonizar a atividade humana com a preservação da biodiversidade e o uso racional dos recursos naturais renováveis em benefício das pessoas hoje e das próximas gerações”.
WWF

por Camila Christianini

O projeto “Adote uma Montanha” é uma iniciativa da Femesp (Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo) e tem como objetivo ajudar na proteção e manutenção dos ambientes de montanha do Estado de São Paulo e serras de divisa como a Serra da Mantiqueira e Serra da Bocaina.

O projeto foi criado em 2002, Ano Internacional da Montanha e até entrou para o calendário mundial da ONU (Organização das Nações Unidas). As datas escolhidas para que a ação aconteça em São Paulo são os dias 13 de abril extinto Dia da Montanha Limpa – e 22 de setembro em homenagem ao Dia da Árvore. “Pegamos duas datas com simbologias associadas porque as pessoas dão uma atenção diferente a isso”, esclareceu Silvério Nery, presidente da Femesp.

“A idéia do ‘Adote’ é aproveitar uma energia que sempre existiu, de gente que já fazia mutirões nas trilhas e juntar todo mundo”, explicou Silvério. O trabalho acontece de acordo com o local visitado. Às vezes é necessário a retirada de lixo, às vezes contenção de trilha.

Voluntários – Segundo Silvério, a maior dificuldade é conseguir voluntários para coordenar a tarefa. “É fácil encontrar a pessoa que vai pôr a mão na massa. O difícil é encontrar quem cuide disso, que chame todo mundo e concentre a ação”, lamentou. Atualmente existem de seis a dez grupos em São Paulo, com média de 20 a 40 pessoas cada, que agem em diferentes locais visitados por montanhistas como Pico do Jaraguá, Pedra Bela, Morro do Maluf, entre outros.

Em abril de 2004 nenhuma ação do projeto Adote uma Montanha foi colocada em ação, mas a Femesp afirma que no dia 22 de setembro pelo menos três pontos serão beneficiados: Pedra do Baú, Picos do Marins e Itaguaré e Serra Fina.

Os grupos e instituições que estiverem interessados em aderir à campanha devem entrar em contato com a Femesp através do site www.femesp.org.

por Camila Christianini

O muriqui ou monocarvoreiro é um macaco endêmico da Mata Atlântica. Seu nome em tupi-guarani significa “povo manso”. A espécie é considerada extinta pelo Ibama, mas muitas pessoas que vivem no habitat dos muriquis – como Angra, Mangaratiba e Rio Claro, no Rio de Janeiro – afirmam que ainda existem alguns grupos deles.

“O Programa Muriqui tem como principal objetivo provar a existência desses macacos e criar um plano de conservação para eles”, explicou Daniel Tury, um dos coordenadores do projeto.

Um dos grandes problemas que atinge a espécie é o desmatamento. Segundo Tury, o macaco muriqui é um animal extremamente herbívoro, ou seja, alimenta-se apenas de plantas. Sendo assim, para que os poucos exemplares que restam continuem vivos é preciso preservar a região onde eles vivem. “Ele não pode estar num mata pobre, porque ele depende daquilo para sobreviver”, contou.

Educação como consequência – Além da preservação do macaco muriqui – que é utilizado como um “mascote” – o programa também tem como proposta o desenvolvimento econômico e auto-sustentável da região. A idéia então é fazer com que as pessoas que vivam em lugares com a presença de muriquis aprendam que eles os animais- são necessários também para a sobrevivência de cada um.

Segundo Tury, isso pode ser explicado pelo fato de que o ecoturismo pode ser implantado na região caso a população ali existente ajude a preservar a espécie, para que os visitantes possam observá-los, e aquela população chegue até a viver dessa atividade. “O desenvolvimento econômico para a região gera melhorias do ponto de vista da preservação. A comunidade saberá que depende da qualidade do meio-ambiente para sobreviver”, explicou Tury.

O Projeto Muriqui existe há dois anos, mas só agora é que começou a ser colocado em prática. Tury afirmou que a principal dificuldade é o tempo. “Temos que convencer os donos de terra a reflorestar, convencer as pessoas a largar a enxada e nos ajudar, etc. Isso é muito difícil”. Para saber mais acesse o site www.programamuriqui.org.br.

por Jorge Nicola

Com a principal missão de difundir a importância da preservação do meio-ambiente, foi criado o Pega Leve, programa de conduta de mínimo impacto, que surgiu da iniciativa do CEU (Centro de Excursionista Universitário). O Pega Leve existe há mais de cinco anos e é baseado no programa de educação ambiental americano Leave No Trace.

Através de folders e de um site, o Pega Leve dá lições de como as pessoas devem se comportar durante a prática de esportes de aventura. O programa passa instruções para todos os tipos de modalidades, desde passeios em trilhas ou longas expedições.

“Nosso principal objetivo é informar as pessoas”, explica Milton Dines, coordenador do programa. “Distribuímos folhetos nas portas de parques e fazemos um trabalho de divulgação também através do nosso site”, acrescenta Milton.

Fonte de sabedoria – O Pega Leve ainda pretende crescer muito, mas já contabiliza sinais de sua utilidade. “Temos notado um crescente número de acessos ao site, no qual disponibilizamos textos para a conscientização das pessoas”, conta o coordenador do projeto. “Ficamos sabendo que vários lugares do país já usam nossos textos”.

Os responsáveis pelo Pega Leve também fazem questão de lembrar que a obrigação de preservar o meio ambiente não é exclusiva dos praticantes de esporte. “O que vale é a atitude da pessoa, porque uma pessoa só pode ser mais destrutiva do que toda uma corrida de aventura”, finaliza Milton Dines.

Para saber tudo sobre o Programa Pega Leve, acesse www.pegaleve.org.br.

por Camila Christianini

Há quatro anos a ONG Ponto Terra tenta implementar ações de conscientização e preservação ambiental na região de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Isso através de projetos junto a organização sociais e não governamentais.

Para a Semana de Meio Ambiente, a Ponto Terra preparou uma ação em um grande supermercado de Belo Horizonte sobre educação ambiental, com palestras, workshops, oficinas de reciclagem, tudo gratuito, além de distribuição de cartilhas e panfletos. “O público tem aceitado super bem a iniciativa”, disse Guacira Araújo, conselheira da Ponto Terra.

A ONG também tem um programa chamado Ecologia e Cidadania, exibido na TV Horizonte, canal 19 (UHF), 22 NET e 24 Way TV (a cabo), todas as quintas-feiras, às 21h30. “É um programa totalmente informativo, sobre as questões do meio-ambiente”, contou.

Segundo Guacira, a principal dificuldade de uma ONG é justamente o fato dela não ter fins lucrativos. “Temos que conseguir apoios e doações. Vivemos disso e temos que correr atrás. Não é fácil”, disse. Para saber mais sobre essa ONG acesse www.pontoterra.org.br.

por Jorge Nicola

Já se vão 24 anos desde que um grupo de jovens oceanógrafos, taxados como sonhadores na época, deu início ao hoje respeitado Projeto Tamar (Tartarugas Marinhas). Trabalho, dedicação, pesquisa e conhecimento técnico e científico transformaram a iniciativa numa das principais formas de preservação das tartarugas no país.

O programa é executado pelo Ibama em parceria com a Fundação Pró-Tamar e monitora cerca de mil quilômetros de praia, com 20 bases que cobrem oito estados brasileiros. E as bases exercem funções estratégicas, já que 90% das pessoas envolvidas no projeto são membros de comunidades desses locais.

A idéia de criar o Tamar começou no final da década de 70. Na época não havia trabalho de preservação dos animais no mar e as tartarugas marinhas estavam incluídas na lista do IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) de espécies ameaçadas de extinção.

Identificação de problemas – A captura em atividades de pesca, a matança das fêmeas e a destruição dos ninhos eram os principais responsáveis pela queda vertiginosa das tartarugas. O Tamar começou seu trabalho fazendo levantamento por toda a costa brasileira e identificando as espécies.

Em seguida teve início a implantação das primeiras bases de campo, em Sergipe, Espírito Santo e Bahia. Hoje, além da preservação, desenvolve programas de pesquisa em parceria com várias universidades e oferece estágios destinados à formação e aperfeiçoamento de estudantes e recém-formados nas áreas de Biologia, Engenharia de Pesca, Veterinária, Oceanografia e outros cursos que enfoquem a questão ambiental.

Cinquenta estagiários são treinados por ano, no período de desova. E os números de todo o trabalho comprovam a eficácia e o sucesso do projeto. Desde 1981, quando foram liberados os primeiros filhotes pela ação do Tamar, os dados só aumentaram.

Nos últimos dois anos, por exemplo, os responsáveis pelo projeto garantem que foram liberados quase 1,2 milhão de tartarugas filhotes. No site www.tamar.org.br os internautas podem se informar sobre como participar do trabalho.

por Camila Christianini

O programa Floresta Viva existe há quatro anos e tem como missão a conservação da natureza e o desenvolvimento humano. Sua principal área de atuação é o sul da Bahia, especificamente a região da Costa do Dendê e Costa do Cacau.

Segundo Rui Rocha, diretor do programa, o Floresta Viva está trabalhando com quatro programa para que isto aconteça: o de Ecoturismo, com base comunitária; o de Desenvolvimento Humano, que envolve políticas publicas como saúde e educação; o de Conservação e Recuperação de Florestas e o de Desenvolvimento Agrícola, todos envolvendo a comunidade local.

“Focamos nos agricultores familiares da região, que estão dentro de áreas protegidas ou no entorno de unidades de conservação, principalmente nas áreas de proteção ambiental”, afirmou Rui Rocha.

O programa Floresta Viva já recebeu três prêmios por conta das ações que implanta no sul da Bahia. “Até o momento conseguimos recuperar 30 hectares de florestas, em margem de rio e beira de estrada” contou Rocha. “Também desenvolvemos um programa de renda mínima associado a conservação da natureza nessas áreas, juntando vinte famílias”, completou.

Para saber mais sobre o programa Floresta Viva acesse o site www.florestaviva.org.br.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure