O Espanhol Roberto Bermúdez escreve direto do Brasil 1 e conta sobre o olhar estrangeiro dentro do barco. Acompanhe:
Olá, amigos.
Depois de quase 3000 milhas (cerca de 5580 km) percorridas em nossa primeira grande travessia a bordo do Brasil 1, estou muito otimista com relação ao trabalho realizado. Tenho certeza que estaremos muito bem preparados para a largada, em novembro. Até agora, o barco não apresentou nenhum problema importante, mesmo depois de o colocarmos à prova em várias ocasiões, incluindo o choque com a baleia. Estamos aprendendo a velejar o Brasil 1 cada vez mais rápido e fazendo o maior número de testes possíveis.
Com relação à tripulação, estou ainda mais satisfeito. Os “importados”, como eu, têm mais experiência e estão se entrosando muito bem com o “produto nacional”. Os brasileiros, mesmo sem muita experiência em barcos como esse, são talentosos e aprendem muito rápido. Acho que, no final da regata, eles podem ser ainda melhores do que nós. Torben certamente fez um grande trabalho de seleção.
Hoje, Joca se sente bem melhor e está aqui ao meu lado enquanto escrevo, tentando descansar um pouco em uma das macas. Pena que continuamos velejando no contravento e o barco sacode bastante.
Ainda temos quase 1500 milhas (2790 km) até Cascais e já comprovamos que velejar em ritmo de regata não é exatamente como a regata propriamente dita. Estamos sentindo falta dos outros competidores, que nos aguardam em Vigo.
Un beso,
Roberto Bermudez
Este texto foi escrito por: Roberto Bermúdez, timoneiro do Brasil 1
Last modified: setembro 1, 2005