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Diário da Expedição Everest sem Oxigênio – 17 de maio


Rodrigo Raineri está preocupado com o ataque ao cume (foto: Vitor Negrete)

Neste diário, o montanhista Rodrigo Raineri fala da apreensão da equipe quanto ao curto prazo para subir e o clima ruim na montanha. Segundo ele, a situação está “bem complicada”.

Direto do acampamento base avançado do Everest – O clima aqui no acampamento base avançado está bem tenso. Temos várias previsões de tempo de vários lugares diferentes e elas não batem entre si. Algumas dizem que os dias 20 e 21 vão ser bons, outras dizem que dia 23 vai ser bom. Mas o “bom” deles são ventos de 30 a 50 quilômetros por hora no cume, o que é muito ruim comparado com as outras temporadas.

Para a gente tentar o cume sem oxigênio com ventos de até 50 quilômetros por hora é muito arriscado. Algumas partes de corda fixa ainda não foram acertadas, ou seja, a partir dos 8.400 ou 8.500 não tem corda fixa. Então está tudo bem complicado aqui.

Hoje nós estamos decidindo se subimos amanhã ou não. Mas essa decisão é muito complicada, porque se nós subirmos e não conseguirmos chegar ao cume vamos nos desgastar e não vamos conseguir subir de novo. Se nós não subirmos e o tempo não melhorar depois a gente perde a única janela de tempo “menos ruim”.

E se nós subirmos e o tempo fechar durante a subida, ou seja, quando estivermos chegando no cume, ou pegar uma tempestade na volta que também está prevista a gente pode, de repente, ter congelamento de extremidades. Então a nossa situação está bem complicada.

Este texto foi escrito por: Rodrigo Ranieri, da Try On Expedition 2 no Everest