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Diário da Expedição Everest sem Oxigênio – 30 de maio


Rodrigo Raineri no acampamento 1 do Everest (foto: Vitor Negrete)

Direto do acampamento dois do Everest, a 7.500 metros – Nós estamos novamente na zona da morte, essa é a nossa quarta e última investida na montanha. Tivemos que subir por causa do tempo, ou seja, não tínhamos mais dias para ficar aqui. Nós estendemos nossos vistos, o permit, o máximo possível e ainda assim a janela de bom tempo não veio. Então estamos subindo com o tempo relativamente ruim. De manhã e no resto do dia tem sido bom, mas a tarde tem mudado o tempo e ventado muito, com neve e granizo.

A manhã de hoje foi super boa, várias pessoas conseguiram chegar no cume, mas com certeza na descida eles tiveram problemas de lutar contra o frio e contra o vento. Nós estamos no acampamento dois, a 7.500 metros de altitude. O Clayton [Conservani] está aqui também, dessa vez ele subiu até 7.500 com oxigênio.

A gente iria para 7.800, mas como o tempo estava muito ruim, acabamos ficando aqui mesmo no sete e meio, onde nós ficamos da outra vez.

Estava ventando com gelo. O Clayton estava na frente com oxigênio e com os Climbing Sherpas, o Vitor e eu viemos atrás. Eles resolveram descer, não havia mais jeito de continuar subindo, então montamos acampamento no mesmo lugar.

Nós estamos muito bem, bem de saúde, aclimatados. Da outra vez que eu subi estava com uma desinteria, dessa vez eu estou inteiro, subi super rápido. Jantamos muito bem, um frango com macarrão que pedi para o cozinheiro fazer no campo base. Nós congelamos o frango e descongelamos aqui em cima. Fizemos um jantar maravilhoso. Estamos super otimistas para subir, mas o tempo, infelizmente, está terrível, não tem ajudado em nada.

A partir dessa madrugada eu já considero como se fosse o ataque ao cume, que é a ida para o acampamento três, para descansar um pouquinho lá e continuar subindo para o cume. A partir de amanhã, é reta final.

Este texto foi escrito por: Rodrigo Ranieri, da Try On Expedition 2 no Everest