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Diário de Porto 27 – Seguem as batalhas

Nevoeiro, ventos variados, desistências. As duas regatas de oceano em andamento a Transatlantic Challenge e a Calais Round Britain seguem os seus cursos e vão apresentando surpresas após surpresas.

Calais Round Britain Após a desistência do Pindar Alphagraphics onde estavam 3 dos tripulantes do ABN AMRO 2 para a próxima Volvo Ocean Race, foi a vez de receber a comunicação de mais dois abandonos: o do Caen Le Mer e o do Cheminées Poujoulat.

Os ventos e o mar do Canal da Mancha escolheram deixar seguir apenas o Bonduelle que segue à frente do Sill&Veolia e do Ecover, navegando em grupo e com o Virbac Paprec mais distanciado.

Já na costa da Escócia vão sofrendo agora com a umidade que na transmissão de hoje por rádio chegou a ser avaliada com muito humor por Jean Le Cam do Bonduelle como “estando a uns 3.000%!”.

Nada está decidido e os 3 barcos da frente vão se estudando e marcando procurando decidir a estratégia par os próximos dias. Os tripulantes do ABN AMRO 2 partem nessa 6ª feira par Marselha para encontrar o resto do grupo e começar a pensar na regata de porto e na largada da Route de l´Equateur

Ao completarem 3 dias de competição e depois de uma terça feira de ventos bem razoáveis o ritmo dos líderes Mari-Cha IV (com 5 dos integrantes da tripulação que fará a Volvo Ocean Race com o ABN AMRO 1 a bordo) e Maximus, diminuiu nesta 4ª feira para mais modestos 10 nós de média, comparados com os quase 20 nós que estavam fazendo ontem.

“Estamos tentando encontrar o melhor caminho através de um tempinho bem miserável” comentou Mike Sanderson a bordo do Mari-Cha IV. “O vento esta manhã está bem fraco o que fez com que perdêssemos muito da vantagem que já tínhamos sobre o Maximus… Vamos ter que lutar pra reaver essas milhas”.

A batalha pela disputa da Fita Azul (barco mis veloz) e por tempo corrigido (depois da aplicação do handicap de cada um dos barcos) está restrita praticamente a esses dois maxi-yachts. O Mari-Cha IV de 140 pés (42,67 m) de tamanho tem que ter o seu tempo final multiplicado pelo fator 1.877 que é o seu handicap. Já o Maximus de apenas 100 pés (30,48 m) de comprimento tem um fator de handicap de 1,774.

No último posicionamento o Mari-Cha IV apesar de ir 22 milhas à frente (2 horas e pouco na velocidade que estão mantendo) andando a 10.3 nós, após aplicado o handicap vai “atrasado” perto de 15 minutos. O Maximus andando a 9.9 nós, porém, ainda no final desta 4ª feira deve começar a perder terreno com a entrada de uma nova frente.

Route de l´Equateur O ABN AMRO VO60 tendo a bordo 70% da sua tripulação segue pelo Mediterrâneo em direção à Marselha, onde tem chegada prevista para esta 6ª feira nas primeiras horas da tarde. A festa em Marselha promete ser grande para comemorar a primeira edição de uma prova que vamos acompanhar com muito interesse com reportagens diretas e comunicação diária com os dois brasileiros a bordo Lucas Brun e André Mirsky.

Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do TEAM ABN Amro