Sébastien Josse e os brasileiros Lucas Brun e André Mirsky de sua equipe, no início do quinto dia de prova e depois de percorridos mais de 1000 milhas desde Marselha, lideram com 95 milhas de vantagem a Route de lEquateur.
Esperando os Alísios – Encabeçando o trio que segue pela costa marroquina do Atlântico vai o ABN AMRO VO 60 (Sébastien Josse), seguido por outro VO60 o Tokyo (Bertrand de Broc) e pelo Open 50 Brest Nautic (Rodolphe Jacq). Vão evoluindo constantemente através de uma tradicional zona de transição meteorológica e se aproximando da Ilha da Madeira, conhecido reinado dos ventos erráticos que vêm do Norte.
O objetivo dos três é um só: alcançar logo os salvadores ventos Alísios (previstos para aparecerem na altura do Paralelo 30 Norte), sinônimos de brisas confiáveis vindas de nordeste, sinônimos de velocidade reencontrada.
Como no Século 15 – Enquanto esperam, como esperavam os navegadores na época das Grandes Descobertas, por uma manifestação, em forma de ventos regulares, do deus grego Eólio, a bordo o momento é de estudos. A delicada descida do Atlântico Norte vai progredindo em direção ao Arquipélago das Canárias.
Sébastien Josse, muito lúcido, comunicou por rádio ao meio dia horário de Brasília desta quinta-feira: Estamos definitivamente em busca dos ventos Alísios e deveremos ser os primeiros a aproveitá-los nas próximas horas. Vamos avançando praticamente na mesma velocidade do vento 9,5 nós, um ritmo que por enquanto tem boa serventia. Tem sido uma viagem espetacular desde Marselha, sempre com ventos nos empurrando. É bem simpático navegar nessas condições ainda mais que tudo vai às mil maravilhas com a minha tripulação e equipamento.
O ABN AMRO VO 60 já estava, naquele mesmo momento da comunicação, a menos de 300 milhas de distância de Lanzarote, a ilha mais ao norte pertencente ao Arquipélago das Canárias. Acredito que com um dia e meio mais podemos deixar as Canárias todas para trás reforçou o bem humorado Jojo.
De Broc e Jacq seguem em seu duelo de David e Golias e a vantagem agora voltou para o VO60 Tokyo que fez a opção tática certa e navega mais afastado da costa Marroquina. A Libélula Amarela como a imprensa francesa se refere ao Open 50 Brest Nautic perdeu tempo preso em uma bolha sem vento mais perto da costa no través de Casablanca. Em nada ajudaram também as 4 horas perdidas depois de ter enroscado a quilha na rede de um pescador local. Mas, depois de se livrar desses dois contratempos o barco recuperou o seu ritmo e segue a 11 nós de velocidade.
O retorno à luta dos outros concorrentes – Tanto Phillipe Monnet no comando do VO 60 Nouvelle Esperance, como Jean-François Durand no comando do Open 50 Defi Vendéen completaram os reparos necessários e já estão de volta à prova. No momento estão atarefados em deixar para trás o Mediterrâneo para entrarem também no Oceano Atlântico. São cinco novamente os barcos em busca dos ventos da bonança.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do Team ABN Amro