ABN AMRO 1 (foto: Divulgação/ VOR)
Direto de Vigo, Espanha – As cores são, por definição, nada mais do que os diferentes aspectos das coisas causado pela qualidade diferenciada da luz refletida ou emitida por essas coisas. Entre a infinita variedade de tonalidades, variações e densidades possíveis para elas, essa edição 2005-2006 da Volvo Ocean Race parece ter escolhido duas delas para se aproveitarem desse desfile mundial.
E parece que tudo aconteceu por uma combinação de coincidências, uma daquelas que ajudam a escrever páginas de aventuras que serão conhecidas por longos e longos anos.
Além da definição do primeiro parágrafo as cores ganharam através dos tempos uma enorme importância como referência rápida para pensamentos, comportamentos, gostos e alianças. Isso porque as cores são importantes símbolos, marcas, brasões, estandartes e bandeiras a serem hasteados com orgulho.
E realmente as cores estão sendo usadas por todas as equipes na prova para ajudar a identificar rapidamente os seus membros, a fazer reconhecer imediatamente os seus patrocinadores e promover os seus espíritos de equipe.
Dos Piratas do Caribe até o movistar, passando pelo Brasil 1, Ericsson, Premier Challenge e ABN AMRO ONE e TWO, todos acharam as suas cores de identidade.Cores que, graças à tecnologia, estão cada vez mais aplicadas com liberdade e precisão a cascos, conveses, velas, uniformes, bandeirolas e assim por diante. É a eterna busca pela mais agradável combinação das diferentes tonalidades com arte e agressividade mesmo quando os barcos estão arados.
Para ser justo, no entanto, essa parada de cores fica ainda mais bonita quando vista flutuando em um mar brilhante, cercada por centenas de barcos de espectadores num dia lindo de sol brilhando como aconteceu na primeira regata in port em Sanxenxo. É nesse momento que a velocidade e os sons entram em cena para fazer as cores se misturarem como em uma paleta de um pintor impressionista.
A invasão verde-amarela – O barco da Ericsson fez realçar seu casco azul escuro com faixas laranjas e brancas; o barco espanhol movistar manteve também um tradicional casco azul escuro para servir de moldura ao seu logotipo verde elétrico e grandes letras brancas; os Piratas do Caribe não poderiam fugir das suas origens e no seu casco preto brilhante aplicaram um vermelho forte. Os outros três barcos têm uma história comum com as cores verde e amarela, já que a Austrália usa as duas como cores esportivas nacionais, o Brasil as carrega com orgulho em sua bandeira e o Banco ABN AMRO as incorporou em sua marca.
Nos seus respectivos barcos seguiram caminhos diferentes com o Premier Challenge da Austrália mantendo um tradicional casco branco detalhes em azul, vermelho e laranja dos seus patrocinadores. O Brasil 1 apostou no seu amarelo canarinho acompanhado por uma azul de tom mais claro do que o usado na sua bandeira. O TEAM ABN AMRO decidiu dar ao seu verde e amarelo uma visibilidade privilegiada contrastando com seus cascos de branco puro e preto fosco de fibra de carbono.
Os organizadores – A Volvo criou mais um ponto de atração nessa edição tão repleta de novidades da VOR e incluiu bandeiras que devem ser hasteadas por 1. o barco vencedor da prova in port (bandeira verde) e 2. o líder geral da prova (bandeira amarela tal qual o maillot jaune do líder no Tour de France). No final de cada uma das etapas vai existir uma terceira bandeira para ser usada, a do vencedor dessa perna (uma bandeira vermelha)
Até Gothenburg em meados de junho de 2006 bastará apenas olhar para os barcos parados no porto para poder contar as histórias por trás deles. No final o vencedor geral, todos acreditam com certeza, terão a honra suprema de usar todas as cores como sinal de aprovação por seu feito maior de terem vencido a mais dura prova de oceano que existe.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do Team ABN AMRO
Last modified: novembro 11, 2005