Imagem de Yemanjá (foto: Reprodução)
Dia 2 de fevereiro a Bahia comemora o Dia de Iemanjá. Iemanjá também conhecida como Janaína, Inaê, Princesa do Mar, Princesa de Aiocá, Sereia de Macuné, Marbo, Dandalunda ou até mesmo simplesmente Maria é uma divindade resultante da mistura de religiões. De um lado a cristandade e do outro a fé africana trazida pelos escravos para o Novo Mundo.
Iemanjá, que vive no Oeste, é considerada a mãe de todas as divindades. Ela representa as águas salgadas e recebe muitos presentes no seu dia, ofertados por todos os que de certa maneira vivem o mar, do mar e para o mar. Na praia do Rio Vermelho em Salvador todos os anos é realizada a terceira maior festa popular baiana (depois do Carnaval e da Lavagem do Bomfim), atraindo mais de 300,000 pessoas católicos ou não.
No sincretismo Iemanjá é Nossa Senhora da Conceição da Praia e é considerada “mãe” de todos porque é a essência da maternidade e carrega com ela toda a serenidade dos mares tropicais, assim como a força dos ventos.
Um dia interessante. – Além de Iemanjá, o dia 2 de fevereiro é especial por outros motivos. É o dia no qual Nova Amsterdam (depois Nova Iorque) foi elevada à categoria de
cidade, o dia em que Buenos Aires foi fundada, o dia em que o Rio Amazonas foi descoberto o dia que um tal de Alexander Selkrik foi encontrado (e suas histórias mais tarde se tornaram as Aventuras de Robinson Crusoé) e o dia em que James Joyce (que escreveu ‘Ulysses’ que divide sua estrutura com a Odisséia de Homero) nasceu. Todos eles fatos que têm uma significativa ligação com água, aventura e fé.
Naturalmente que é um dia bem acostumado a tradições já que também é a data da marmota, que em Punxsutawney, Pensilvânia, faz a previsão do prolongamento do inverno. E isso dependendo apenas se ela enxerga ou não a sua própria sombra logo pela manhã. É uma tradição muito popular nos Estados Unidos (até filme de Hollywood já virou) mas, até onde se sabe, situada a 300 milhas da costa do Atlântico ainda não mostrou qualquer habilidade em prever ventos e marés.
Esse artigo, então, fica sendo um pequeno tributo a Iemanjá e vai acompanhado da música do compositor baiano Dorival Caymmi. Aquele que nunca se cansa de promover e fazer homenagem ao mar, muito parecido com os velejadores que nunca cessam de honrar o mar. Esse imenso, misterioso e fascinante lugar que todos respeitamos, admiramos e do qual tanto dependemos.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua, correspondente do Team ABN Amro