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Diário do Bravo: voando em alto mar rumo ao Caribe

Redação Webventure/ Vela

Tempestade pelo caminho (foto: Matias Eli/ Arquivo pessoal)
Tempestade pelo caminho (foto: Matias Eli/ Arquivo pessoal)

De Fortaleza a Trinidad Tobago – Após minha chegada em Fortaleza, arrumei o barco, conversei com o pessoal da marina e comprei um ticket de volta para São Paulo, para mais uma semana com as meninas antes da próxima travessia. Tinha que aproveitar, pois dali pra frente as idas e vindas até a capital paulista ficariam mais difíceis e caras.

Depois de uma semana em São Paulo voltei para Fortaleza e comecei os preparativos para a travessia para Trinidad Tobago. Alguns reparos, uma compra generosa no supermercado e o tramite de saída junto à marinha, alfândega e receita federal. Tudo pronto e às 18h do dia 24 de março de 2009 soltei as amarras do cais em direção ao Caribe. Éramos dois abordo, pois o Adriano, um amigo de infância, iria me acompanhar neste trecho.

Partimos com os tanques cheios de água e de diesel. Tínhamos combustível necessário para cinco dias a motor, entretanto, a viajem estava prevista para durar entre 10 e 15 dias dependendo das condições do tempo.

Mudança? – Nos primeiros dois dias faltou vento e sobrou motor, já havíamos consumido quase 40% das nossas reservas de combustível, sendo que havíamos percorrido apenas 20% do trajeto. Pensamos na hipótese de entrar em Belém e chegamos até mesmo a alterar um pouco o rumo para contemplar essa possibilidade, caso o vento não entrasse.

Entretanto após algumas contas verificamos que essa entrada para reabastecer não valeria a pena, pois demoraríamos pelo menos um dia para chegar em terra e outro dia para voltar ao ponto onde estávamos. Portanto decidimos continuar rumo Trinidad Tobago apesar da escassez de combustível. Se o vento não entrasse, no dia seguinte teríamos que racionar diesel.

Na noite do segundo dia uma forte chuva surgiu acompanhada de um vento favorável de uns 15 nós, que foi ficando cada vez mais forte no decorrer da viagem. Já no terceiro dia, navegávamos a impressionantes 11 nós de velocidade com ventos entre 20 e 30 nós de intensidade.

Dia e noite navegávamos sempre com vento forte e mar grosso, onde as ondas formavam cristas que quebravam no meio do oceano a dias de distância da terra. Chegamos ao nosso destino final oito dias depois de sair de Fortaleza. Para ter uma idéia de como andamos rápido, um catamarã a motor que saiu um dia antes de nós de Fortaleza, acabou chegando em Trinidad e Tobago três dias depois de nós.

Este texto foi escrito por: Matias Eli, especial para o Webventure

Last modified: março 19, 2010

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