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Dicas básicas de Orientação

Redação Webventure/ Corrida de aventura, Trekking

Rafael Campos navegando em meio às areias de Ilha Grande (foto: Camila Christianini / Webventure)
Rafael Campos navegando em meio às areias de Ilha Grande (foto: Camila Christianini / Webventure)

“Navegar é preciso”. Quem de nós nunca ouviu esta frase? A nós, navegadores, é preciso encará-la em dois sentidos: “preciso” como sinônimo de “necessário”, é o jeito que a maioria das pessoas interpreta. Realmente é necessário navegar, senão não chegamos a lugar nenhum, mas não é neste sentido que quero debater. Falarei sobre o “preciso” sinônimo de exato. Ou seja, navegar com precisão, com exatidão.

Para quem não conhece ou nunca se aventurou na modalidade, diria que após um bom curso já saberia navegar. É somente decorar toda simbologia, aprender a interpretar curvas de nível, plotar o mapa, trabalhar com escalas e declinar. Sem dúvida orientar envolve tudo isso e um pouco mais. Aliás, pouco não. Muito mais. Um dos pontos que quero frisar é a necessidade de trabalhar-se com precisão.

Sempre alerta – Em navegação, nós temos que tentar eliminar todas os erros possíveis. Assim, a possibilidade de acertarmos aumenta. E, para isso, é necessário saber onde eles podem estar. Em cada um dos instrumentos utilizados para navegação nós podemos estar cometendo algum erro. E podemos estar cometendo estes erros antes mesmo da prática. Alguns se iniciam no momento de plotar os pontos. A seguir falarei sobre alguns dos instrumento que utilizamos e os possíveis erros:

  • Régua – No momento de plotarmos os pontos, ou tomarmos medida de uma rota, precisamos atentar à régua utilizada. Procure régua de boa qualidade. Réguas de propaganda eleitoral ou similares são “fria”, pois possuem tamanhos diferentes (ainda que milimétricos), se deformam facilmente com o calor, apagam as marcações e nem sempre são “retas”.

  • Lápis/caneta – Procure utilizar caneta/lápis de ponta fina e de cor apropriada. Uma ponta grossa não lhe permitirá ser preciso, e uma anotação em local ou cor inapropriada poderá cobrir ou atrapalhá-lo em uma informação importante constante no mapa.

  • Bússola – Uma bússola de boa qualidade é indispensável. Bússolas-chaveiro, bússola-caneta e outras similares não são apropriadas para navegação. Procure uma bússola com base de acrílico, que tenha limbo graduado móvel e uma agulha com boa “estabilidade”, ou seja, ela não deve ficar tremendo a todo momento. Certifique-se de que não existe nenhuma bolha nela, pois isto pode prejudicar a leitura. A agulha da bússola movimenta-se de acordo com o campo magnético existente na terra, no sentido N-S. Assim, a agulha também pode sofrer interferência de outros campos. Portanto, quando for fazer leitura da bússola certifique-se de não estar próximo a uma linha de transmissão de força, transformadores, ou grandes massas metálicas como carros, portões, grades, ou aparelhos elétricos, como televisão, computador e aparelhos de som. Mantenha uma distância de cerca de 5m dos mesmos para evitar tal interferência.

  • Mapa – A maioria dos mapas que utilizamos nas corridas de aventura são em escala 1:50000 e datados dos anos 80. É difícil encontrarmos mapas recentes e atualizados. Portanto, não é possível confiar 100% neles. Desconfie de estradas, trilhas, plantações e construções. O que é mais confiável são os relevo (curvas de nível) e hidrografia (rios, lagos, mares). Cuidado também com mapas copiados. Eles podem perder qualidade de traçado ou pequenas distorções que podem atrapalhar.

    Estes são alguns dos cuidados que devem ser tomados para navegar. Tais detalhes podem parecer desprezíveis, mas, quando somados, podem nos levar a um grande erro. Se não for segui-los à risca, você ao menos deve ter conhecimento de onde podem estar os erros.

    Este texto foi escrito por: Rafael Campos, especial para o Webventure

    Last modified: dezembro 19, 2002

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