Cenas da trilha: poretador no Chola Pass… (foto: Arquivo pessoal)
Fazer uma trilha ao Everest está nos seus planos? Então confira nesta coluna as dicas do alpinista Vítor Negrete, que já percorreu este caminho.
A maioria das principais dicas e avisos aos aventureiros que vão para o trekking do acampamento-base do Everest está presente nos guias. Mas nunca é demais repassar e comentar.
Roupas
A trilha não é o local apropriado para mostrar o corpo. Evite roupas que expõe e demarcam demasiado. Procure usar roupas confortáveis, mas nunca de algodão, que retém a umidade.
Crianças
Não dê doces ou dinheiro para as crianças. Esta postura contribui para que elas se tranformem em pedintes e para a visão de que os ocidentais têm recursos ilimitados, são meio bobos e dão coisas sem nenhuma razão.
Guias e porteadores
Os guias e porteadores nem sempre possuem todos os equipamentos necessários para enfrentar o frio, em especial calçados e óculos; ou estão suficientemente aclimatados e saudáveis. Contratando alguém, de certa forma, você se torna responsável por esta pessoa. Verifique todos os pontos e deixe tudo bem claro antes de iniciar a trilha. Veja mais em www.ippg.net
Mulheres
Não aconselho mulheres a fazerem a trilha sozinhas. A trilha é extremamente movimentada e cheia de gente, mas existem casos de abusos e de desaparecimentos, inclusive de homens. Pessoas sozinhas são mais vulneráveis, especialmente no trecho de Jiri a Namche. No período que estive por lá, duas pessoas estavam desaparecidas.
Maoistas
No Nepal exite uma guerrilha maoista, que luta por uma república comunista. Quarenta e seis dos setenta e cinco distritos do país foram oficialmente classificados com altamente afetados pelo governo e outros vinte, incluindo Katmandu, como afetados.
Quando encontram turistas pedem uma contribuição para a causa (a Revolução), que é maior para os norte americanos. É possível negociar o valor da contribuição e, inclusive, o que me parece um absurdo, pedir um recibo, que exime o doador de uma nova contribuição, caso abordado novamente. Parece piada, mas acontece. Encontrei um belga que até blefou, dizendo que já tinha contribuído e, assim, não precisou colocar a mão no bolso. O problema é que alguns grupos de ladrões se passam por maoistas, para roubar os turistas.
Em grupo ou “por conta”?
Quem quer viajar em grupo espera não perder tempo, não perder dinheiro, saber o que e quando você vai fazer alguma coisa, contar com a ajuda de alguém que pode te tirar dos eventuais problemas, sejam de saúde ou de qualquer outra ordem. Quem prefere ir de forma independente eu sou um deles acredita que os desafios e os riscos de ir sozinho são parte da aventura. Mas em geral estas pessoas têm bastante tempo para gastar e não se importam com eventuais contratempos.
Este texto foi escrito por: Vítor Negrete
Last modified: fevereiro 16, 2004
