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Direto do Peru, brasileiro conta o drama das cheias em Machu Picchu

Redação Webventure/ Destino Aventura

Machu Picchu sofre com as chuvas (foto: Arquivo Destino Aventura)
Machu Picchu sofre com as chuvas (foto: Arquivo Destino Aventura)

Anderson Magalhães, que organiza provas de trekking e corrida de aventura na Bahia, está na região peruana que enfrenta uma série de problemas em decorrência das chuvas, e conta, com exclusividade, como está a região. Ele e a esposa Ana partiram para uma expedição de seis meses ao redor do mundo e já passaram por diversos países da América do Sul.

No dia 24 as chuvas foram intensas, o que ocasionou o fechamento do aeroporto em Cuzco. Estávamos em quatro pessoas, três baianos e uma colombiana em um voo originado de Lima que teve seu horário postergado cerca de cinco horas. Com isso, chegamos à Cuzco com a trilha já fechada. Não ficamos presos em Machu Picchu, porém estamos acompanhando de perto a problemática e os relatos dos que estiveram por lá (saiba mais sobre os estragos da chuva no Peru).

Nessa data os grupos que seguiam para o início da trilha já não puderam entrar e a noite começaram a retornar para Cuzco. A cidade sofreu um problema sério com acomodações, já que as pessoas chegavam e ninguém mais saia da cidade para trilha. Um casal de brasileiros que chegou e regressou de Machu Picchu nesse dia nos contou que no regresso existia muito tumulto nos trens.

A Empresa que opera o transporte enviou os vagões das classes luxo com ocupação normal e o vagão backpacker foi lotado de pessoas pelo chão. Ao chegar na cidade de Ollantaytambo, não havia transporte de regresso para Cuzco, ocasionando mais problemas. Esses brasileiros só conseguiram chegar em Cuzco às 4h da manhã do dia 25/01.

Quem ficou em Águas Calientes (cerca de 1000 pessoas) foi alojado no ginásio da cidade, mas com pouca estrutura. A falta de água e comida é uma realidade. Temos relatos que trilheiros que estavam sem abrigo, na chuva forte, e a companhia de trens liberou os vagões parados para abrigá-los durante um curto período, depois os devolveram para o relento.

Rio subindo – Ontem (26/01), ao passarmos pelo Valle Sagrado, pudemos ver o rio que cruza a cidade de Urubamba em níveis elevadíssimos, esse mesmo rio destruiu a cabeceira da ponte isolando parte do Valle Sagrado e cortando o acesso à Machu Picchu. Através da estrada podíamos ver muitos desmoronamentos e máquinas trabalhando para liberar as vias.

Uma vista constante eram os helicópteros cruzando o céu do Valle Sagrado resgatando as pessoas em Águas Calientes. A cidade de Cuzco está relativamente tranquila agora, apesar de já sofrer com a falta de água. Chove todas as noites e durante o dia o céu permanece nublado e ontem tivemos um dia sem chuvas.

Temos a informação que a trilha foi fechada até final de fevereiro e até o momentos as operadoras não deram uma posição sobre o reembolso dos valores pagos, e já temos relatos de problemas com clientes e agências nesse sentido.

Estamos ajustando agora nosso roteiro, pois seguimos para Puno e, na sequência, para Bolívia, onde temos informações que o tempo está bom.

Destino Aventura

Este texto foi escrito por: Anderson Magalhães, especial para o Webventure

Last modified: janeiro 27, 2010

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