Caixas foram transportadas pela organização (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Terminou no último fim de semana o Brasil Wild Extreme – A Corrida das Fronteiras, uma das maiores provas de corrida de aventura que o país já teve. Foram cerca de 540 quilômetros, passando por incríveis paisagens de quatro estados: Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Foi uma prova que mudou os paradigmas da corrida de aventura no país. O Brasil Wild Extreme mostrou o que é conceitualmente a corrida de aventura, que é a coisa expedicionária, de ir conhecer os lugares, de estar por si próprio, por conta e risco, ir descobrindo, explorando, ressalta Julio Pieroni, organizado da competição. Essa corrida mostrou o que é o verdadeiro espírito da corrida de aventura, completa. Segundo Julio, o fato de ser sem apoio reforça o diferencial da prova, que também é um jeito mais interessante de fazer corrida de aventura.
A competição começou nos incríveis cânions do Rio São Francisco, passando também pelas belezas da caatinga e o Raso da Catarina. Escolhemos lugares bonitos e conseguimos montar uma logística ousada de transporte de bicicleta e caixas, comemora o organizador.
Essa foi a 10ª prova da Brasil Wild, mas a primeira de longa duração. As outras foram as chamadas provas de 24 horas, realizadas em um fim de semana. A competição deste ano teve a presença de 58 equipes, totalizando 232 atletas. Temos uma credibilidade grande com os atletas, de levar para lugares bonitos e ter uma organização impecável. Tínhamos uma expectativa de ter, pelo menos, 50 equipes, disse.
Realização pessoal – Foi um prazer meu fazer uma prova dessa. Conheci muitas pessoas, muita gente legal. A simplicidade, hospitalidade e alegria do nordestino, é algo que temos que aprender, principalmente nós que somos do sul, sempre correndo, estressados, tudo na hora. Eles levam isso de uma maneira melhor, mais relaxada. Acho que as pessoas saíram daqui satisfeitas, relata Julio.
Segundo o organizador, o futuro da corrida de aventura no país serão as provas expedicionárias, formato que ele aposta para os próximos anos. O Brasil Wild Extreme é algo que vai ficar no coração das pessoas e vai dar uma estimulada para que as pessoas continuem a fazer uma corrida de aventura desse tipo no país, disse.
Como era uma prova sem apoio para as equipes, a organização ficou encarregada de realizar o transporte das bikes e caixas das equipes. Até caminhões do exército foram usados para levar o material das equipes.
Modéstia à parte, achei que foi muito bem organizado. Fui muito feliz com as parcerias que consegui consolidar, com a SubZero, de Salvador, que é a galera da Paletada, entende a logística, e com o exército brasileiro, que também ajudou muito. Então tinha muita confiança de que as coisas iriam funcionar bem, explicou Julio.
Próximos percursos – Segundo Julio, o mais difícil depois de uma prova é montar um outro percurso tão bom. Eu acabo uma corrida e penso: não vou conseguir fazer um percurso bacana de novo. Mas nós temos conseguido, cada vez nos superamos e montamos um outro mais um legal. Espero fazer isso, achar um local que tenha uma condição geográfica para montar um percurso sensacional de novo, acho que isso é o essencial, disse. O Brasil é um país que tem vocação para isso. Tem muito lugar para fazer corrida expedicionária. Problema mesmo é o financeiro. Se tiver dinheiro, vamos ter também representação internacional, comentou.
Estou muito satisfeito, muito feliz. Foi muito bacana ter feito. É uma realização pessoal muito alta, uma obra montar um negócio desse. Todo mundo feliz, as pessoas que estavam trabalhando, a imprensa, equipes. Estou muito contente de ter feito isso, conclui.
Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni
Last modified: abril 17, 2008